quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

Um Dia de Pesca, ou Talvez Não...

Ponte de Parada; (Fotografia de Paulo Rodrigues)
Um dia de pesca, não tem que ser necessariamente um dia em que se faz uma grande pescaria.
Um dia de pesca, num rio selvagem como o rio Sabor, pode ser e é querendo, …uma pequena aventura, principalmente com o Labouras, o Miguel, e o Paulinho, como companheiros de jornada.
Há caminhos para o rio, mais ou menos utilizados com frequência por todos os pescadores. Mas quando se trata de pescadores, quase da merenda como nós, que de pescadores apenas temos o equipamento, tudo começa na noite anterior com uma exploração nos mapas do Google, que se transforma numa azáfama, para no dia seguinte ser uma pequena e sempre imprevista aventura. Escolhemos quase sempre um caminho por onde não vai ninguém, ou quase ninguém. Os mapas, vistos no monitor, são engraçados, têm os caminhos rurais mais ou menos visíveis. No terreno as coisas não são bem assim. Desta vez, anteontem, apesar de não nos termos perdido, o caminho acabava muito antes daquele que era o nosso destino previsto.
Bom, toca a meter pernas ao caminho. Óh pessoal…ainda é um bom pedaço de caminho até lá em baixo e o alcatrão derreteu todinho.
As escarpas do rio Sabor, difíceis de transpor, fazem parte de uma paisagem deslumbrante, única e luxuriosa e a que só quem conhece, sabe dar o devido valor. Dói-me a alma quando penso que são paisagens como a da foto, que o Governo Português, conivente com os biliões que a EDP vai ganhar com a construção da barragem, se prepara para destruir.
A mais-valia da barragem já sabemos qual vai ser e para quem. É que nós, por estas bandas, temos cá variados exemplos do desenvolvimento e da riqueza que as barragens têm trazido a estas populações…Miranda, Bemposta, Picote e por aí fora. Pagamos a electricidade ao mesmo preço de quem não a produz e as zonas onde as barragens estão instaladas estão desertas…de seres humanos. Mas a máquina de fazer dinheiro…lá está sempre a trabalhar e a enviar os biliões para a capital ou para os paraísos fiscais. Para construir as pontes em Lisboa por onde não passamos, para fazer as piscinas dos políticos corruptos e dos grandes empresários, os courts de ténis, as viagens de sonho nos cruzeiros que nunca afundam.
E NÓS? Porque não se roubam uns aos outros e não nos deixam em sossego...com as nossas escarpas, as nossas fragas, as nossas recordações, a nossa maneira de nos sentirmos mais ricos que eles...? E somos, até nos assaltarem com as armas traicoeiras dos gabinetes do Terreiro do Paço.
…o primeiro tombo foi eu quem o dei…a respectiva “cuzada” e, mais uns desequilíbrios que ainda aguento com estoicismo mas, ora, também sou o mais entradote. Como a equipa é fixe, ninguém se riu. No dia seguinte doía-me a coxa direita…é pá, foi de tanto andar…foi foi...verifiquei depois ao olhar para a mancha negra e amarelada na, dita cuja, coxa.
Mas lá chegámos às águas límpidas do rio Sabor.
O dia foi passando, uns peixitos que, no dia seguinte, deram bem para uma petiscada lá foram sendo acondicionados dentro do cacifo.
Fotografia: Paulo Rodrigues
O bronze, que dá cartas a qualquer praia das Caraíbas, ficou instalado e não vai sair nos primeiros dia do Outono…
A hora da merenda é uma bênção e proporciona uma horita de pura descontracção e convívio. A sombra era pouca e quase ficámos apinhados uns em cima dos outros…mais as abelhas que não queriam largar a merenda apesar de eu andar atrás delas, de palaçoula em punho, tipo D´Artagnan. Os outros 3 "pescadores", como fazem sempre, deixaram escapar os maiores peixes já quase dentro do cacifo. Pegam-lhes com um jeitinho que nem um tratador de crocodilos aos seus bichos.
Já com o pôr-do-sol a aproximar-se e, com a maravilhosa mescla de cores que só esta paisagem única pode oferecer, era hora de regressar…
O regresso é sempre mais difícil devido ao cansaço inevitável mas, chegámos. Regressámos já noite, não só com um petisco para o dia seguinte, mas também com mais um dia para recordar, enquanto os interesses sombrios e conhecidos, dos donos do mundo, não destruírem mais este pedacinho de terra…
Eu, quero que a EDP e os donos do mundo se "vão lixar" um bilião de vezes. Tantas vezes como os biliões de euros que vão ganhar com a destruição de mais este património natural do nosso Pobre, Triste, Adiado e Mal Governado País.




HM

3 comentários:

  1. Tens razão , e não consigo entender com existe tantos portugueses que querem passar férias no estrangeiro, sem conhecerem as maravilhas que temos no nosso País.

    Abração companheiro,

    Carlos Melo

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  2. k artigo lindo ..... de riso e seriedade..
    amigo k tanta razao tu tens e nos nunca somos ouvidos
    temos de viver com o mundo k eles kerem...
    k pescaria ...kkkkkkkkkkkk
    recordaçoes k ficam deste belo pais k se vai....
    abracao amigo

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  3. Parabéns pelo Barbo, (parece um) e pelo blog, prometo que irei ser mais ativo, bem-haja.

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