quinta-feira, 9 de setembro de 2010

A Matança do Porco


Uma tradição secular, na área rural da nossa região, mas a ficar em desuso com o aumento do rendimento das famílias. Hoje em dia, por norma, as famílias que ainda fazem o fumeiro, compram as carnes de porco em unidades industriais, principalmente, na vizinha Espanha.
Para o lavrador era o abastecimento da casa e uma das mais importantes festas de família do ano. A carne de porco, o pão e a batata eram a sua base de alimentação. O número de porcos que se matavam dependia da condição financeira de cada família. A carne era racionada de modo a durar todo o ano. Os porcos eram criados e alimentados à base de batata, legumes e farelo, e viviam nos baixos das habitações (lojas). A matança acontecia nos meses de Inverno, com temperaturas negativas, altura ideal para conservar as carnes. Pela manhã ainda muito cedo era servido um mata-bicho (aguardente e figos secos). Começava-se por agarrar o bicho, pelas orelhas, pelo rabo e pelas pernas.
O matador deitava-lhe o laço ao focinho, era deitado e amarrado num banco de madeira. Uma faca comprida era espetada por baixo do pescoço até chegar ao coração. o sangue era aparado por uma mulher que colocava um alguidar, com vinho sal e vinagre para o sangue não coagular. O porco depois de morto era chamuscado com palha a arder, era esfregado com pedras, lavado e rapado. Era pendurado durante dois dias para a carne secar. Depois era desmanchado e cortado em pedaços, as carnes eram salgadas e temperadas para fazer os enchidos que dariam origem ao fumeiro.

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