quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Distrito de Bragança pode perder dois terços das freguesias

O distrito de Bragança poderá perder cerca de dois terços das freguesias com a reforma administrativa que o Governo de Passos Coelho quer concretizar até ao final de 2012. Das 300 freguesias que existem actualmente, deverão ser extintas cerca de 200 por falta de habitantes.
O presidente da delegação distrital da Associação Nacional de Freguesias vê esta medida com bons olhos para que as freguesias ganhem dimensão e autonomia.
Paulo Xavier afirma, ainda, que defende esta reestruturação desde que representa a ANAFRE no distrito. 
“É um passo positivo e há mais de dez anos defendo uma reorganização administrativa. O país está dividido mais em parte urbana. No nosso distrito, Bragança, Macedo e Mirandela é um grande núcleo que vai esvaziando os outros concelhos.”

 O documento já apresentado por Passos Coelho estabelece três níveis para a organização territorial. O último nível, que se aplica à maioria das freguesias do distrito, estabelece um número mínimo de 500 habitantes para cada freguesia rural e pelo menos mil habitantes para as urbanas.
Pelas contas de Paulo Xavier, devem ficar cerca de 120 freguesias no total. No entanto, o representante da ANAFRE afirma que deve ser salvaguardada a identidade de cada uma das freguesias aglomeradas.
“Desaparecer, não desaparece nenhuma. A freguesia deve-se manter, bem como a sua tradição, identidade e cultura. Simplesmente, será um núcleo que serão, por exemplo, em Bragança, seis núcleos com as 49 freguesias. Das 300 freguesias do distrito, se ficarem 120 já era um bom número.” 
Para já, o Governo não vai mexer no número de municípios, o que poderá criar algumas dificuldades na reestruturação das freguesias no distrito. Paulo Xavier dá o exemplo de Freixo de Espada à Cinta, um município pequeno que poderá ficar apenas com duas das actuais seis freguesias.

 “Uma vez que se mantém o município, também se devem manter núcleos, mas com uma figura jurídica diferente.”
A reestruturação do mapa autárquico anunciada pelo Governo deverá estar concluída no final do próximo ano.
Escrito por Brigantia

in:brigantia.pt

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