sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Carrocel regressou a Bragança no Natal sete anos depois

Com a Consoada à porta e enquanto esperam pela chegada do Pai Natal, as crianças desesperam por ocupar o tempo. Em Bragança, está por estes dias um carrocel à moda antiga que há sete anos não vinha a Bragança no Natal.
O frio e a falta de clientes afastaram José Maria Fernandes, o Conde, do Nordeste Transmontano.

Natural de Famalicão, encontrou por estas bandas uma forma de arranjar sustento, há 34 anos.
Agora, prepara-se para passar o Natal a dar alegria às crianças de Bragança. E já nem estranha estar longe da família.
“Já estou habituado. Eu gosto disto, tenho é muita idade. Se fosse mais novo enconstava este e comprava outro moderno, porque agora, as crianças, sabe como é...”  

Pois sei... já não são como antigamente. E longe vão os tempos em que o senhor José Maria Fernandes vivia mais no Nordeste Transmontano do que em casa, lá no Minho.
“Fiz uma tournée cá por Trás-os-Montes, por Mogadouro, Vimioso, Argozelo, mas deixei. Andei cá por cima quase a minha vida.”
O problema é que este ano o frio aperta e as lareiras chamam os potenciais clientes, numa concorrência desleal.
“O tempo também não ajuda. Com o frio, os pais não trazem os meninos. Com certeza não vou fazer para as despesas, porque tenho dois carros, um camião para transportar isto, pago a dois homens para me ajudar a montar e a desmontar, mais as viagens, comer, etc. Vamos a ver...”
E fomos. E ainda chegámos a tempo de encontrar Rafaela, de seis anos, que não teve medo ao frio cortante. Tal como confessa o pai, foi ela que fez questão de vir experimentar o carrocel do senhor conde.
“Foi ela que pediu”, explica, adiantando que na sua infância “também gostava”. Já Rafaela pediu ao pai porque gosta do carrocel. E até “já tinha andado, aqui em Bragança, no Verão”.
Mas pode ser sol de pouca dura. Se este ano o senhor José Maria Fernandes ainda acedeu ao convite da Associação Comercial de Bragança, que tratou de lhe garantir uma licença a custo zero, o próximo Natal pode estar condenado.
“Não estou arrependido de ter vindo aqui, mas se estivesse em casa estava melhor e já tinha o material todo arrumadinho. Se isto continuar assim, no próximo ano não têm cá carrocel.”

Mas, enquanto isso, mais uma volta, mais uma viagem.
Uma reportagem para ouvir na íntegra na edição deste sábado do Semanário CIR, a partir das dez da manhã.


Escrito por Brigantia
in:brigantia.pt

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