terça-feira, 27 de março de 2012

Quercus lamenta aprovação da barragem de Veiguinhas

A Quercus não vê com bons olhos a aprovação da construção da Barragem de Veiguinhas no coração do Parque Natural de Montesinho. Para os ambientalistas a barragem vai trazer danos irreversíveis na flora e fauna desta área protegida.
João Branco, do Núcleo Regional da Quercus de Vila Real e Viseu afirma mesmo que há “uma lógica economicista na aprovação deste projecto”. E considera “inadmissível” que tenha sido aprovado em 2005 um projecto para o abastecimento de água a Bragança a partir da albufeira Azibo, no concelho de Macedo de Cavaleiros, e ainda nada tenha sido feito.“O mesmo projecto já tinha ido a consulta pública em 2005 e a declaração de impacto ambiental de 2005 aprova o abastecimento de água de Bragança e limítrofes a partir da barragem do Azibo. 
Se esse abastecimento de água não está feito foi porque as Águas de Trás-os-Montes não o quiseram fazer. Há aqui uma lógica puramente economicista. Além disso, para mim é incompreensível como é que há um projecto aprovado para abastecer Bragança de água a partir do Azibo e em vez de a obra ser feita, são esperados sete anos, é metido o mesmo projecto novamente e desta vez a aprovação é no sentido contrário: em vez de a água vir do Azibo, será construída uma nova barragem”, referiu.
O responsável considera que este projecto apresenta várias irregularidades. Recorda que a área afectada pela construção da barragem está classificada como Rede NATURA 2000. Além disso refere que o projecto viola a lei do lobo e não está de acordo com o Plano de Ordenamento do Parque Natural de Montesinho. “Há uma clara violação das leis. Havendo alternativas, nunca poderia ter sido feita esta obra dentro da Rede Natura 2000. Além disso há, por exemplo, uma clara violação da lei do lobo, que diz expressamente que é proibido afectar o habitat do lobo e isso não está a ser cumprido.
Esta aprovação ainda está em desacordo com o Plano de Ordenamento do Parque Natural de Montesinho. Há aqui uma série de questões a ter em conta, que iremos estudar e ver o que é que podemos fazer para contrariar esta decisão que é incompreensível. É errada, do nosso ponto de vista, quer sob o aspecto da conservação da natureza, quer mesmo sob do mesmo sob o aspecto do desenvolvimento económico da região de Bragança”, acrescentou.
Além do abastecimento de água a partir do Azibo, João Branco refere que há outras alternativas. “Ainda há uma série de outras alternativas como a barragem de Parada, a barragem de Rebordãos, o alteamento da barragem de gostei, o alteamento da barragem de Serrada…há muitas alternativas e é triste que por motivos economicistas se venham a pôr em causa as zonas naturais em Portugal, principalmente esta zona que ainda têm grande interesse, ainda tem mamíferos como o lobo e o veado”, concluiu. 
A Quercus a lamentar a Declaração de Impacto Ambiental favorável à construção da Barragem de Veiguinhas, aprovada a 19 de Março.


Escrito por Brigantia (CIR)
in:brigantia.pt

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