sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Bispo de Bragança-Miranda contra «crimes sociais»

O bispo de Bragança-Miranda manifestou-se contra os “crimes sociais” que estão por trás do “horror dos incêndios”, evocando os bombeiros que morreram em Portugal, neste verão.
“Têm de existir responsabilidades e má-fé na maioria das desagradáveis situações e destes crimes sociais pelas quais passaram milhares de pessoas em Portugal”, assinala D. José Cordeiro, num artigo de opinião publicado na mais recente edição do Semanário ECCLESIA.
Num artigo com o título ‘Cuidadores da beleza da criação’, o bispo de Bragança-Miranda recorda a morte dos oito bombeiros, com tristeza e “muita desolação, o primeiro dos quais em Cicouro de Miranda do Douro”, e pede oração por estas vítimas, pelas suas famílias, pelas corporações de Bombeiros a que pertenceram e por tantas vítimas dos incêndios.
A este número somou-se esta terça-feira uma nona vítima, o presidente da junta de freguesia de Queirã, Vouzela (Viseu), ferido num incêndio em agosto.
“Bendizemos a Deus pela generosidade, pelo risco e pelo sacrifício de tantos bombeiros, sobretudos dos mais jovens, no serviço em relação à sociedade e à natureza”, assinala o prelado.
No seu artigo, D. José Cordeiro relembra as palavras do Papa Francisco, no início do pontificado, quando apelou para que todos sejam “guardiões da criação, do desígnio de Deus inscrito na natureza, guardiões do outro, do ambiente”.
O bispo transmontano recordou também o Beato João Paulo II que em 1980 pediu aos alunos finalistas das escolas centrais anti-incêndio que desenvolvessem a sua atividade como uma “expressão concreta do amor cristão para com o próximo e as suas necessidades” num “serviço tão delicado e necessário à comunidade”.
Segundo D. José Cordeiro, Deus encontra sempre em cada pessoa “aquele traço de beleza do seu próprio punho e convoca-o para fazer caminho na obra de embelezamento que é a Criação”.
Este verão foram registados mais de sete mil incêndios que alteraram a paisagem portuguesa onde “a beleza da natureza passou a terra feia e degradada”, lamenta o bispo de Bragança-Miranda.

CB/OC
in:Agência Ecclesia

Sem comentários:

Enviar um comentário