sexta-feira, 23 de maio de 2014

Aldeia de Quintela de Lampaças

Ocupando a ponta sudoeste do território concelhio, Quintela de Lampaças dista 29 quilómetros da urbe brigantina, ligando-se a esta através da E.N. 15 ou, em alternativa via IP 4.
Razoavelmente extenso, este território paroquial alonga-se no sentido norte-sul, abrangendo uma parcela planáltica de altitude média não muito elevada (cerca de 500 metros) e cortada por dois pequenos cursos de água tributários do Azibo (alguns quilómetros a sul aprisionado em extensa albufeira). Compreendendo os lugares de Bragada, Quintela e Veigas, esta freguesia englobaria actualmente umas três centenas de residentes (eram 822 pelos meados do século), entregando-se estes quase exclusivamente às actividades económicas do sector primário.
O determinativo “ de Lampaças” fará perdurar, na toponímia, uma remotíssima designação alusiva àquela antiga “terra”, de suposta origem alti-medieval (respeitante, segundo o articulista da “Grande Enciclopédia”, a um dos vários “pagi” incluídos na vastíssima diocese bracarence durante a época suévica).
Eloquente testemunho da influência civilizacional da romanidade é o notável monumento epigráfico recolhido em tempos em Quintela de Lampaças e actualmente à guarda do Museu Abade de Baçal.
Trata-se de uma inscrição funerária patenteada em estrela granítica ornada de frontão curvo e grande rosácea hexafoliada na parte superior, deixando entrever na inferior os característicos “arquinhos ultra-semicirculares” (no que se aproximará de uma presumível “oficina” oriunda de Castro de Avelãs). A epígrafe reza, em interpretação do Abade de Baçal: “Consagração ao Deuses Manes. Dedicada a Ania, filha de Prito, de 11 anos de idade”.
A documentação do séc. XIII assinalada, em área desta freguesia, diversas propriedades honradas entre elas as ditas de “Vilarinho” e de “Azeveiro”, propriedades de um D. Nuno (possivelmente o dito D. Nuno Martins “de Chacim” dos nobiliários), em tempo de D. Dinis.
A Igreja Matriz invocada a N. Sra. Da Assunção, é um templo razoavelmente amplo e de sóbria traça a um gosto tipicamente “braganção”: na bisonha frontaria abre-se apenas um singelo e liso pórtico em arco redondo (actualmente quase ultrapassado pelas dificuldades técnicas na sua execução), contrastando as mais ou menos robustas aduelas com o restante aparelho, miúdo e irregular (no xisto ou brecha local); ao alto, o invariável campanário de dupla sineira. Flanqueando este templo sobressai uma algo maltratada casa solarenga, de belas janelas molduradas a um gosto que se afigurará barroco e setecentista.
Ao centro do adro ergue-se ainda um rube e por certo arcaico exemplar de Cruzeiro, assente sobre embasamento quadrangular de quatro degraus. Mais há para ver no domínio patrimonial edificado, visitando as Igrejas de Veigas e Bragada, bem assim como a Capela de S. Miguel.

in:cm-braganca.pt

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