segunda-feira, 26 de maio de 2014

Aldeia de Rebordaínhos - Caracterização

Situando-se na franja ocidental do território concelhio, nos limites com o município vizinho de Macedo de Cavaleiros, Rebordaínhos distará uns 22 quilómetros para sudoeste da brigantina urbe, ligando-se e esta através da E.N. 15.
O seu pouco extenso território – 1,253 hectares – regista uma orografia montanhosa e acidentada, estendendo-se pela vertente sudeste da imponente Serra de Nogueira. Acusando uma altitude média bastante elevada (cerca de 700 metros), esta área paroquial é cortada por dois pequenos cursos de água que por aqui perto possuem suas nascentes – o Rio Azibo e a Ribeira de Faílde. No seu subsolo registar-se-ão algumas jazidas de carvão, grafite e ferro, com focos de mineração já registados pelos anos vinte deste século.
A freguesia registará nos dias que correm um pouco mais de 250 residentes, ocupando-se a população activa nas fainas agrícolas, pecuária e alguma indústria local de construção civil. A etimologia do topónimo “Rebordaínhos” (diminutivo de “Rebordãos”, que designa uma outra freguesia brigantina) terá a ver com o étimo possivelmente de origem pré-romana, o qual aludirá ao coberto florestal primitivo, abundante em robles, carvalho-comum ou alvarinho (do latim “robur”). No alto significativamente conhecido por Cabeço Cercado, terá sido assento um povoado fortificado castrejo da Idade do Ferro, apontado já pelo Abade de Baçal.
Nas suas “Memórias”, este estudioso revela ainda a existência de algumas insculturas rupestres que teve oportunidade de observar “ no caminho que, pela crista do Cabeço, vai de Rebordaínhos a Penha Mourisca”. No já aluído Cabeço Cercado ter-se-á erguido ainda, um época medieval, uma antiga força.
Na interpretação etimológica do topónimo Pombares, seduzirá por certo a versão que relaciona o termo com a suposta abundância de pombos, mas a grafia trecentista “põobares” levanta outra possibilidade, talvez mais verosímil, radicando em “pobo” (que deu “póvoa” e “povoado”). No que concerne a Teixedo, já poucas dúvidas subsistirão da sua raiz etimológica em “teixo”, espécie arbórea.
Atestando um antigo estatuto de vila, com direito a justiça próprias, ergue-se no centro da povoação de Rebordaínhos o respectivo pelourinho, do tipo comum bragançano. Este sóbrio testemunho de uma antiga e há muito perdida autonomia local foi classificada I.I.P. em 1933. De medianas proporções e austera traça, a um gosto tipicamente bragançano e possivelmente já oitocentista, é a Igreja Matriz de Redordaínhos. Outros templos existem na freguesia, tais como as capelas de Pereiros e de Arufe. Neste último lugar poderá apreciar-se um interessante exemplar de arquitectura solarenga provincial, na Quinta de Vilas Boas. Entre as diversas estruturas anexas conta-se uma bela fonte armoriada, com opulenta pedra de armas emoldurada de voltas, a um gosto barroco datável de finais do séc. XVII ou centúria seguinte.
Tradições
Para além das celebrações religiosas nesta freguesia, destaca-se ainda a tradição da festa de Pereiros, o cantar dos Reis, da Serra das Velhas e do Casamento das Novas.
Nos tempos livres, os homens e as crianças da freguesia divertem-se, praticando vários jogos, tais como o Fito, a Sueca, o Xincalhão e o Futebol.

in:cm-braganca.pt

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