sexta-feira, 27 de junho de 2014

Discurso de Morais Pinto aquando da Guerra Civil da Patuleia (1847)-Governador Civil do Distrito de Bragança 8.Outubro.1846 – 5.Julho.1847 (Possacos, 4.6.1810 – Porto, 6.1.1888)

Habitantes do distrito de Bragança!

Algumas centenas de portugueses, infelizmente iludidos e rebeldes contra o trono de nossa adorada rainha e senhora D. Maria II, invadiram há pouco vossas habitações para estenderem a guerra civil e a anarquia a um país jamais manchado com a nódoa de infidelidade a seus augustos soberanos; e para vos constrangerem a concorrer com as produções de vossas fadigas, e com vossos dinheiros, à causa iníqua em que seguem obstinados.

Hoje, porém, sois livres.
Com as tropas leais do digno comando do Exmo. e benemérito Barão de Vinhais, comandante interino da 5.ª divisão militar, eis-me outra vez entre vós, para libertar-vos do flagelo que vos oprimia, e para vos restituir a paz, o império da lei, e a segurança que víeis tão comprometida, de vossas pessoas e de vossas coisas.

Habitantes do distrito de Bragança, exultai! A guerra civil vai tocar seu termo com o triunfo completo da causa da legalidade e da ordem, e das instituições liberais consignadas na Carta Constitucional da monarquia.

As forças navais de suas majestades britânica e católica fizeram já prisioneira a maior parte da tropa dos sublevados; e um respeitável corpo de exército espanhol entra hoje por esta fronteira para coadjuvar as tropas leais até à inteira submissão dos rebeldes às ordens da nossa augusta soberana.

Habitantes do distrito de Bragança! Continuai a permanecer tranquilos; abraçai como amigos e aliados os súbditos da nação espanhola, que tão generosamente nos vêm auxiliar e esmagar a ira revolucionária, e não desmintais os nobres sentimentos e o carácter transmontano.

Bragança, 11 de Junho de 1847.

O governador civil – Francisco Xavier de Morais Pinto.

(Impresso em folha avulsa, sem indicar lugar de impressão nem tipografia, mas provavelmente em Bragança, pertencente a Júlio Lemos, empregado da Câmara Municipal daquela cidade, e transcrito por Francisco Manuel Alves nas suas Memórias arqueológico-históricas do distrito de Bragança, t. VII, Porto, 1931, p. 8)

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