quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Governo manda LNEC avaliar níveis de gás radioativo em Bragança

Estudo da Universidade do Porto detetou níveis "preocupantes" de radão, um gás radioativo, em creches e primárias do distrito.
O Ministério da Economia mandou o Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) avaliar os níveis de radão em creches e escolas primárias do distrito de Bragança, depois de um estudo de investigadores da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto ter detetado "valores preocupantes" deste gás radioativo e cancerígeno em estabelecimentos da área. A confirmação foi dada ao DN pelo gabinete do ministro Pires de Lima.
"O governo mandatou o LNEC para que, no uso das suas reconhecidas competências técnicas, avalie as situações identificadas no âmbito do estudo hoje apresentado", disse o ministério, acrescentando: "Na sequência dessa avaliação, o LNEC proporá as ações corretivas entendidas como adequadas às diferentes entidades, em razão da matéria."
O radão, reconhecido como a segunda maior causa do cancro pulmonar, a seguir ao tabaco, está presente em várias zonas do país, associado a solos graníticos, e a fisca-lização dos seus níveis, segundo adiantou o jornal Público, é obrigatória nos distritos de Braga, Vila Real, Porto, Guarda, Viseu e Castelo Branco, mas não em Bragança.
Além da presença deste gás, o estudo de três anos, que abrangeu 58 salas de aula de 25 creches, jardins-infantis e escolas do 1.º ciclo de Bragança e da Área Metropolitana do Porto, confirmou níveis de partículas no ar, causadoras de asma infantil, que ultrapassavam os limites fixados pela Organização Mundial da Saúde em 84% dos casos (54% pela legislação nacional).
Esta não é a primeira vez que uma investigação põe em causa a qualidade do ar em espaços para crianças. Há dois anos, um estudo da Universidade de Aveiro, centrado em 14 escolas do 1.º ciclo de Lisboa - mas que defendia ter "representatividade nacional" -, identificou "níveis alarmantes" de microrganismos causadores de doenças em várias salas de aula e "compostos orgânicos voláteis" em níveis muito elevados numa escola específica. Na altura, nem o Ministério da Educação e da Ciência (MEC) nem a Câmara de Lisboa quiseram pronunciar-se.

Diário de Notícias

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