terça-feira, 26 de janeiro de 2016

"Pig Parade" para homenagear a fonte da qualidade do fumeiro de Vinhais

A Feira do Fumeiro de Vinhais, no distrito de Bragança, reserva este ano uma homenagem ao porco que distingue o único fumeiro regional com todos os enchidos certificados, na primeira "Bísaro Pig Parade".

Inspirada nas demonstrações de outras paragens com outros animais, o evento será a surpresa do certame que leva já 36 anos e que, no fim e semana de Carnaval, entre 04 e 07 de fevereiro, espera por cerca de 50 mil visitantes e tem para vender 40 toneladas de enchidos naquela que se reclama "Capital do Fumeiro", no extremo do Nordeste Transmontano.

O programa foi apresentado hoje, em Vinhais, com a diretora da feira, Carla Alves, a explicar que 20 artistas plásticos transmontanos aceitaram o desafio de colorir outras tantas figuras de porcos em fibra de vidro, que serão a atração desta feira do fumeiro e viajarão depois para exposição em concelhos vizinhos.

As 20 figuras vão ser mostradas no último dia no recinto na feira e no dia anterior, sábado, junto a outra novidade do concelho, o novo Centro Interpretativo do Porco e do Fumeiro, um espaço museológico que será inaugurado nessa data num antigo solar que a Câmara de Vinhas recuperou para transformar num local de culto dos símbolos da estratégia económica do concelho.

No mesmo local passará a funcionar a sede da Associação Nacional de Criadores da Raça Bísara, que há 20 anos iniciou o processo de uma fileira que vai da criação dos animais de raça autóctone protegida em pocilgas certificadas, às cozinhas regionais, unidades industriais, aos enchidos com proteção comunitário de Indicação Geográfica Protegida (IGP).

O salpicão é o rei do fumeiro de Vinhais, a 40 euros o quilo, mas os responsáveis estão apostados em valorizar outros produtos como o presunto e convidaram para esta feira um entendido para ajudar os produtores a encontrar técnicas de melhor colocar e vender o presunto no mercado.

O fumeiro faz parte da gastronomia local que tem pratos que se estão a perder-se e que o município quer recuperar com um concurso que pela primeira vez desafia a apresentar "sabores quase perdidos, sabores quase esquecidos" para iniciar um receituário vinhaense.

Os produtores de fumeiro serão 70 entre os 500 expositores da feira que teve de recusar cerca de centena e meia de pedidos de participação, segundo a organização.

A prioridade é dada aos expositores da região e no que toca ao fumeiro "a bandeira desta feira é a garantia de qualidade", com os produtores a serem submetidos aos rigores de um regulamento.

Nesta feira há espaço para o tradicional com destaque também para os produtos gourmet, o artesanato e a restauração, e para outros negócios em volta do pavilhão principal do Parque de Exposições de Vinhais.

Espetáculos musicais, exposições, concursos, colóquios, também fazem parte do programa daquela que é considerada pela organização "a grande festa do concelho de Vinhais" que chama os filhos da terra que se encontram fora, tal como épocas festivas como o Natal.

A capacidade hoteleira de Vinhais está esgotada e a procura estende-se também aos concelhos vizinhos de Bragança, Mirandela e Macedo de Cavaleiros, segundo ainda a organização.

"São quatro dias marcantes", como considerou o vice-presidente da Câmara de Vinhais, Luís Fernandes, sublinhando que o impacto do fumeiro é sentido ao longo de todo o ano como "motor de desenvolvimento económico do concelho".

HFI // MSP
Lusa/fim

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