sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Bragança cria ginásio do cérebro sénior para exercitar idosos contra demências

Os idosos de uma instituição de Bragança vão ter um novo ginásio onde em vez de exercício físico vão treinar a mente, num projeto inovador a nível local para dar resposta ao número crescente de situações de demências.

O Ginásio do Cérebro Sénior é a mais recente iniciativa da Fundação Betânia de Bragança e, segundo a diretora, Paula Pimental, deverá estar a funcionar durante o mês de março, destinado aos 110 utentes da instituição sejam residentes, de centro de dia ou apoio domiciliário.

O ginásio vai utilizar os conceito de neuróbica e neurofitness para estimular o cérebro e nasce da necessidade de dar resposta ao aumento significativo da prevalência de situações de utentes com algum tipo de demência, que em apenas um ano, de janeiro de 2015 a janeiro de 2016, passou de menos de 42% para metade dos idosos atendidos pela instituição.

A prevalência de demências é ainda superior nos utentes do centro de dia com uma taxa de 73%, de acordo com dados da instituição.

O novo projeto partiu da diretora e do assistente social Bruno Santos que explicou à Lusa que este ginásio "é um espaço alicerçado em programas de treino cognitivo cujo objetivo é ativar as funções cognitivas".

São, como disse, exercício de "treino mental que procuram trabalhar a concentração, a atenção, o raciocínio lógico, a parte da linguagem, da perceção", contribuindo para "melhorar a resposta do ponto de vista cognitivo face a situações simples do dia-a-dia como vestir ou tomar banho".

O objetivo, como salientou, é "intervir naqueles que a doença já está instalada, retardando a progressão, mas prevenir também o aparecimento".

A instituição adaptou uma sala para o efeito equipada com equipamento informático e de estimulação sensorial e cognitiva como painéis sensoriais, 'tablet' , computadores portáteis, coluna de água.

"Equipamento de topo específico", vincou Bruno Santos, para projetar cores e formas, treino de orientação temporal com o dia da semana, mês, estação do ano, etc., entre outros exercícios.

"O simples facto de estar ali um grupo se calhar vai também promover a interação e a socialização", indicou a diretora.

O Ginásio do Cérebro Sénior custou mais de 33 mil euros e ganhou um apoio financeiro de 25.200 euros de um programa da Fundação EDP, a edição 2015 da EDP Solidária Inclusão Social.

O remanescente fica a cargo da fundação tem se tem candidatado a vários programas do género e já tinha sido contemplada pela Sic Esperança com financiamento para uma sala de estimulação sensorial e terapia de relaxamento, onde funciona há quatro anos um programa de estimulação cognitiva em grupo.

O novo ginásio terá, além do equipamento, vários terapeutas, desde gerontólogos, animador sociocultural, assistente social, fisioterapeuta, e a preocupação é, segundo a diretora, "reforçar algumas práticas" já existentes na casa.

"Por outro lado, cada vez mais os utentes que chegam apresentam sinais e nós queremos também contrariar essa tendência e, ao mesmo tempo, ajudar aqueles que ainda têm consciência e que estão bem, para prevenir possíveis problemas desta natureza", acrescentou.

HFI // JGJ
Lusa/fim

Sem comentários:

Enviar um comentário