quinta-feira, 23 de junho de 2016

Pedida frente ibérica contra projeto espanhol para explorar urânio na raia

Populares e ambientalistas de Boada, na província espanhola de Salamanca, pediram  aos portugueses residentes em zonas fronteiriças próximas que os ajudem a combater um projeto de exploração de urânio previsto para o território de Retortillo/Villavieja.
O secretário da plataforma ambiental Stop Uranio, José Sánchez, disse que espera o apoio dos portugueses para travar uma exploração mineira a céu aberto de urânio, “muito próxima” da linha transfronteiriça que delimita a província de Salamanca (Espanha) e os distritos portugueses de Bragança e Guarda.
A Plataforma espanhola Stop Uranio “não esquece” as lutas travadas por portugueses e espanhóis, há cerca de 35 anos, contra a instalação de um cemitério nuclear em Aldeia d’ Ávila (Salamanca), a intenção de construção de uma central nuclear em Sayago (Zamora) ou, mais recentemente, a reclamação do fecho da central nuclear espanhola de Almaraz (Cáceres). “Estamos a falar de um território incluído na Rede Natural 2000, e muito próximo de uma das portas de entrada do Parque Natural do Douro Internacional. O ambiente a qualidade de vida das populações raianas vão ficar muito prejudicados, caso a exploração mineira avance”, frisou o ambientalista.

Espanhóis pedem apoio a Portugal

A preocupação acentua-se por, conforme dizem, estar prevista uma concentração de resíduos com “alto teor” de urânio provenientes de toda a Espanha e que serão colocados em contentores ou outras formas de armazenamento. “Em caso de rutura podem prejudicar a bacia hidrográfica do rio Douro”, assinalam.
José Sánchez indicou que “há dois cursos de água que atravessam o território onde vai ser instalada a exploração mineira de urânio que vão desaguar no rio Douro, junto ao território de Saucelle (Espanha) e Freixo de Espada a Cinta (Bragança), a jusante da barragem espanhola de Saucelle”.
Segundo os opositores à exploração mineira, outra das implicações negativas do projeto passa pelo abate de 25 mil árvores de crescimento lento, que estão plantadas numa área com uma extensão de cerca de 27 quilómetros, onde a empresa espanhola Berkeley Minera España, SA, tem intenção de abrir a mina para a exploração de urânio.
Segundo documentos a que o Mensageiro de Bragança  teve acesso, a instalação mineira conta com Declaração de Impacto Ambiental favorável, aprovada pela Conselharia de Fomento e Meio Ambiente da Junta de Castela e Leão, datada de 08 de outubro de 2013.

Instâncias europeias chamadas a intervir

Os ambientalistas e representantes dos municípios espanhóis abrangidos pelo projeto mineiro garantiram que já recorreram para instâncias europeias, por aquele se encontrar em zonas de proteção especial, como a Rede Natura 2000.

Francisco Pinto
in:mdb.pt

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