sábado, 24 de setembro de 2016

Baptismo ortodoxo em capela católica: um exemplo de ecumenismo e acolhimento

Realizou-se um baptizado ortodoxo de um bebé de quatro meses de uma cidadã refugiada ao abrigo do projeto "PAR Famílias", da Santa Casa da Misericórdia de Bragança. A cerimónia religiosa teve lugar na capelania da instituição que enaltece o simbolismo desta situação inédita, não só na SCMB, como na região.
A capelania da Santa Casa da Misericórdia de Bragança recebeu esta sexta feira, 23 de setembro, uma cerimónia religiosa de extrema importância e significado para a instituição. Pela primeira vez, ao longo de quase 500 anos de existência, foi feito um baptismo de uma criança, filha de uma das senhoras acolhidas pela SCMB no âmbito do acolhimento e integração de famílias de refugiados.  

"A cerimónia foi ainda mais especial dado que a mãe da bebé de quatro meses, professa a religião cristã, mas de rito ortodoxo. Foi ministro oficiante o Reverendo padre Vasyl Bundzyak, sacerdote ucraniano ortodoxo e residente na Arquidiocese de Braga que gentilmente se deslocou a Bragança para que o este sacramento fosse possível. Uma cerimónia intimista, emotiva e carregada de simbolismo, dada toda a situação que envolveu a chegada da criança e família à cidade de Bragança", refere fonte da instituição. 

A festa de batizado contou, mais uma vez, com a boa vontade e solidariedade de muitos voluntários, direção técnica e colaboradores da instituição que possibilitaram que este fosse um dia especial para mãe e filha. Este tipo de acontecimento não é inédito no país, mas na região e na cidade de Bragança esta foi a primeira vez que aconteceu. Um facto que leva o provedor da instituição a reconhecer que “a Santa Casa da Misericórdia de Bragança dá assim o exemplo de ecumenismo e de acolhimento, contribuindo para que o acolhimento de refugiados seja efetivo e se expresse em todas as dimensões da vida e sem preconceitos”, diz Eleutério Alves. 

De recordar que a Santa Casa da Misericórdia de Bragança enquanto instituição anfitriã da Plataforma de Apoio a Refugiados (PAR), no âmbito da PAR Famílias (Acolhimento de Famílias), recebeu dia 22 de julho, nas suas instalações, três cidadãs provenientes da Eritreia e da República Centro Africana, nomeadamente uma mulher grávida e duas acompanhadas pelos seus filhos, atualmente com 4 e 5 meses de idade.

in:noticiasdonordeste.pt

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