terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

Dois detidos por furto de veículo da Câmara de Mogadouro

A GNR deteve esta segunda-feira dois homens perto de Campo Maior, no distrito de Portalegre, suspeitos de terem furtado um veículo ligeiro de mercadorias, pertencente ao município de Mogadouro, disse à agência Lusa fonte daquela força de segurança.
Segundo a mesma fonte, a detenção dos homens, de 47 e 61 anos, o primeiro de nacionalidade estrangeira, e a recuperação do veículo furtado, foi efetuada por militares do Posto Territorial de Campo Maior, durante uma fiscalização rodoviária ocorrida hoje de manhã, na Estrada Nacional 373, que liga Portalegre a Campo Maior. 
O veículo do município de Mogadouro, no distrito de Bragança, foi furtado durante a madrugada de hoje, adiantou a fonte da GNR. 
Os dois homens, de acordo com a fonte da Guarda, que foram posteriormente postos em liberdade, ficaram sujeitos a termo de identidade e residência e o processo seguiu para inquérito.

Correio da Manhã

Câmara Municipal de Mirandela comprou antiga estação da CP

Igreja na Aldeia de Serapicos em risco de ruir

Entrudo chocalheiro de Macedo de Cavaleiros marca a chegada do Carnaval


Como se prepara um Careto?

No fim-de-semana foi assim em todo o concelho de Macedo de Cavaleiros.
A freguesia de Podence tem uma das mais famosas e únicas tradições de Carnaval. 
Os caretos são uma enorme atração turistica, o Porto Canal foi ver como se preparam.


Milhares de Caretos "tomam de assalto" a cidade de Bragança


Programa Parlamento dos Jovens tem Sessão Distrital agendada na cidade de Bragança

A Direção Regional do Norte do Instituto Português do Desporto e da Juventude, realiza no próximo dia 6 de março de 2017 pelas 09h30m, no Auditório da Escola Secundária Emídio Garcia em Bragança a Sessão Distrital de Bragança do Programa “Parlamento dos Jovens” – Secundário.
O Programa Parlamento dos Jovens é da responsabilidade da Assembleia da República, do Ministério de Educação e do Instituto Português do Desporto e da Juventude, tendo este ano como tema de debate os “ 40 anos da Constituição da República Portuguesa e do Poder Autárquico”. 

Nesta sessão participam 11 escolas e 44 deputados ( 33 efetivos e 11 suplentes), sendo a iniciativa representada pelo -Agrupamento de Escolas Dr. Ramiro Salgado de Torre de Moncorvo; Escola Básica e Secundária D. Afonso III de Vinhais; Escola Básica e Secundária de Carrazeda de Ansiães; Escola Básica e Secundária de Macedo de Cavaleiros; Escola Básica e Secundária de Miranda do Douro; Escola Básica e Secundária de Mogadouro; Escola Profissional de Ansiães de Carrazeda de Ansiães; Escola Profissional Prática Universal de Bragança; Escola Secundária Abade de Baçal de Bragança; Escola Secundário Emídio Garcia de Bragança e Escola Secundária Miguel Torga de Bragança. 

Desta Sessão Distrital, sairão os deputados representantes do círculo de Bragança que irão apresentar a recomendação final sobre o tema, na Sessão Nacional, a realizar em maio de 2017.

in:noticiasdonordeste.pt

Foi inaugurada em Sambade a exposição dedicada a simbologias e rituais alusivos à Máscara

Decorreu em Santulhão a terceira edição da prova de todo o terreno com motas de duas e quatro rodas

Decorreu em Bragança o já tradicional festival dedicado aos produtos típicos do concelho

Localizado em Bragança, o museu dedicado à Máscara e aos trajes ibéricos comemorou dez anos de existência

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

A Sociedade de Bragança em 1721


Não nos é possível, através das Memórias de Bragança, captar a estrutura social deste burgo por 1721-1722, a qual não seria muito diferente da que se registava nas outras cidades e vilas do interior com média dimensão, no Portugal do Antigo Regime.
O que podemos é verificar que Cardoso Borges conferiu uma supremacia esmagadora à nobreza, que tratou de forma rigorosa e minuciosa, já que, ele próprio, pertencia à mesma, dando assim pouco relevo ao clero e nenhuma importância às classes populares.
Nobreza
As Memórias de Cardoso Borges têm, no que diz respeito às famílias nobres de Bragança e da região, um dos elementos mais valiosos e distintivos quanto comparada com outras memórias ou notícias da época. Com efeito, os cargos de escrivão da Câmara e de sargento-mor de Bragança, o facto de ser fidalgo da Casa Real, o exercício de funções junto a uma das principais instituições religiosas da cidade deram a José Cardoso Borges um amplo conhecimento da documentação da cidade e da região, quer oficial quer privada, o que lhe permitiu traçar com segurança muitas das genealogias que apresenta, nomeadamente quanto aos diferentes morgadios existentes na cidade e no seu entorno, não fora ele e a sua mulher os instituidores do último morgadio que refere.
Não nos alongaremos demasiado sobre este tema, profundamente tratado por Francisco Manuel Alves e outros genealogistas que, de Cardoso Borges, citando-o ou não, retiraram muitas das informações relativas às famílias nobres e enobrecidas de Bragança e sua região.
Cardoso Borges começa por chamar a atenção para o facto de a cidade ter “muitas casas nobres” que conservou “em todo o tempo”, desde os primeiros reis de Portugal, sendo alguns “da primeira nobreza do Reino”.
É muito interessante, quanto aos senhores de Bragança da Alta Idade Média, ou seja, os Braganções, a forma como Borges articula uma suposta tradição sobre a origem da família e a sua vinculação à região, transmitida oralmente pelas aldeias circunvizinhas de Bragança, nomeadamente em Castro de Avelãs, com as informações veiculadas pelo Livro de Linhagens do Conde D. Pedro, que assim confere àquela tradição os foros da veracidade. Destaque-se, a este propósito, o facto de Cardoso Borges citar o referido nobiliário não só pelas referências contidas na Monarquia Lusitana, mas também pela primeira edição impressa da mesma fonte, de 1641, levada a cabo por João Baptista Lavanha, em Madrid, e que durante quase um século serviu os genealogistas ibéricos. Prova clara, por outro lado, de que à data da elaboração da Descrição, ainda António Caetano de Sousa, ilustre membro da Academia Real da História e confrade de José Cardoso Borges, não tinha publicado a História Genealógica da Casa Real Portuguesa, onde, nas respectivas Provas, seria pela primeira vez editado em Portugal aquele importante nobiliário.
Para além de Lavanha ou dos Brandões da Monarquia Lusitana, são igualmente citados autores que eram então considerados autoridades, como Lope de Haro, autor de um bem conhecido Nobiliario Genealógico de las Casas Ilustres de los Reyes de España (1620), ou a Nobiliarquia Portuguesa (1676), de Villas-Boas e Sampaio, o que revela a preocupação do rigor erudito que Borges impôs ao seu trabalho.
É verdade que também incorreu em alguns deslizes típicos dos genealogistas dos séculos XVII e XVIII: considerava o nome Mendes como um apelido e não como um patronímico, e originário em Fernão Mendes de Bragança, aceitando ingenuamente que alguns indivíduos Mendes documentados para os séculos XIV e XV estavam ligados àquele; a proposta que faz para a origem dos Ferreiras de Moncorvo; ou a cronologia que aceita para a origem da Heráldica. Mas não se pode negar a preocupação de José Cardoso Borges em utilizar documentação de arquivo, que indiscutivelmente sobrepõe em importância às informações de tradição oral ou genealógica.
Neste sentido, a sua obra contém inúmeras referências a documentos desde então perdidos, que se preocupou em transcrever, pelo menos em parte, e que são ainda hoje informações importantes para os historiadores.
Clero
Se em primeiro lugar nos surge a nobreza, em segundo lugar, mas bem afastado da primeira classe ou ordem, vem o clero.
Neste grupo social, Cardoso Borges praticamente ignora o clero secular, o que se compreende, uma vez que ele tinha conhecimento dos inquéritos da Academia que se destinavam às paróquias da diocese de Miranda do Douro. Não indica os nomes do vigário do arciprestado de Bragança, do abade da freguesia de São João Baptista de Bragança, ou de quaisquer outros presbíteros.
Refere, sim, os nomes dos priores da Colegiada de Santa Maria do Sardão (a freguesia mais antiga da cidade), desde 1579, e dos restantes beneficiados desta, em 1721-1722. E menciona que a irmandade de São Pedro, uma das cinco irmandades da Igreja de Santa Maria, era constituída por sacerdotes.
Em compensação, dá-nos uma informação rigorosa quanto ao clero regular da cidade, distribuído por quatro casas, duas para frades e duas para freiras.
O Convento de São Francisco, o único de origem medieval (século XIII), tinha 25 religiosos. O Colégio dos Jesuítas ou Companhia de Jesus, do século XVI, com 16 religiosos, os quais garantiam as quatro classes de alunos, teologia moral, duas de latim e uma de escola propriamente dita, e dispunha de livraria própria.
O Mosteiro de Nossa Senhora da Conceição, das Clarissas, ou Ordem de Santa Clara, de origem quinhentista, com 120 religiosas de véu preto, duas de véu branco, oito noviças e seis educandas. Tinha como padroeira a Câmara de Bragança e, por carta régia de 1715, passou a estar reservado apenas para as filhas e netas de bragançanos, sem exceção.
Finalmente, o Mosteiro de Santa Escolástica das beneditinas, do século XVI, com 140 professoras, quatro conversas e 11 noviças.
Ou seja, até 1560, Bragança registou apenas um convento de religiosos, para fundar em 30 anos (1560-1590) mais três casas de clero regular. Por 1721, o número de membros dos quatro conventos e mosteiros, professando a vida religiosa ou preparando-se para a mesma, era de 332.
Povo
Em terceiro lugar, praticamente ausente das Notícias de Cardoso Borges, temos o povo, uma entidade que o nosso memorialista designa por “moradores”, “particulares”, “vulgo”, “fogos”, “vizinhos”, “povos” e “povo” propriamente dito. Sobre o povo, apenas um ou outro costume, com particular relevo para as “danças e folias” praticadas em dias de festa.
Os mesteres apenas são referenciados a propósito da obrigação de se incorporarem nas procissões.
A burguesia de negócios, os letrados a não ser que pertençam à nobreza, lavradores, jornaleiros, oficiais mecânicos ou trabalhadores vilãos, não existem na Bragança de Cardoso Borges, apesar de, nessa época, trabalharem na cidade numerosos fabricantes e torcedores de seda, tintureiros, moleiros e artistas de outras profissões.

in: Memórias de Bragança
Publicação da C.M.B.

Festival do Butelo e das Casulas regista crescimento

Apesar do aumento do número de produtores e expositores, a autarquia brigantina reconheceu na 5ª edição do Festival do Butelo e das Casulas a necessidade de “dar um salto maior”.
Decorreu na passada sexta-feira, dia 24 de fevereiro, em pleno centro histórico, a inauguração oficial do Festival do Butelo e das Casulas, que terminou ontem, domingo.

A cerimónia teve lugar por volta do meio-dia, talvez de forma a criar o apetite necessário para aqueles produtos que são considerados autênticas iguarias tipicamente transmontanas. Até porque, nesta quinta edição, foram 26 os restaurantes da cidade que aderiram ao Fim de semana Gastronómico, onde o butelo e as casulas foram, de acordo com a organização, confecionados “por mãos sábias, segundo os ensinamentos de outras gerações”. “Acompanhe a refeição com o saboroso azeite, com um bom vinho transmontano e o pão caseiro, terminando com uma sobremesa tradicional”, convidou a autarquia brigantina.

Mas, regressando à Praça Camões, na tenda do certame os muitos visitantes puderam encontrar não só butelos e casulas, bem como o restante fumeiro de 20 produtores, mas, também, produtos hortícolas e produtos da terra, entre outros, de entre 14 expositores.

“As pessoas estão cada vez mais disponíveis para estarem presentes neste festival, também houve a preocupação de adicionar mais restaurantes e, este ano, houve um acréscimo nesse número, e continuamos a fazer com que haja mais produtores”, referiu o autarca de Bragança na cerimónia de abertura do festival, que na visita oficial não se coibiu de provar aquilo que de melhor se faz em Trás-os-Montes.

Segundo Hernâni Dias, o espaço disponível não é propício para se incluírem mais produtores, de forma que está a ser pensado e considerado um aumento do certame. “Perspetivamos para o futuro um aumento da feira para que consigamos ter aqui mais produtores”, asseverou o edil, reconhecendo a necessidade de se “dar um salto maior”.

A Câmara Municipal de Bragança, principal entidade no que à organização do festival diz respeito, conta como já é habitual com a Confraria do Butelo e da Casula como principal parceiro. Nesse sentido, foram entronizados novos confrades na manhã de sábado, 25 de fevereiro, no emblemático monumento localizado no Castelo de Bragança, a Domus Municipalis.

Bruno Mateus Filena
in:diariodetrasosmontes.com

Museu da Máscara e do Traje recebeu 108 mil visitantes

No seu 10º aniversário, o Museu Ibérico da Máscara e do Traje aposta no presente e procura vingar num futuro que promete ser risonho, dada a importância cada vez maior da herança cultural transmontana.
As comemorações do X Aniversário do Museu Ibérico da Máscara e do Traje aconteceram na passada sexta-feira, dia 24 de fevereiro, pelas 18 horas, na Cidadela do Castelo de Bragança.

Para celebrar a data, a Câmara Municipal de Bragança apresentou o catálogo da Máscara Ibérica e foi, também, inaugurada a exposição “Caretas” com máscaras da aldeia de Aveleda, de Isidro Rodrigues. 

“Hoje (sexta-feira) comemoram-se os dez anos deste equipamento cultural aqui em Bragança, que foi o resultado de um projeto transfronteiriço entre o município de Bragança e a Deputación de Zamora”, começou por adiantar aos jornalistas o edil brigantino, sublinhando que esta parceria foi “um verdadeiro exemplo no que há cooperação transfronteiriça diz respeito e, também, na aplicação de fundos comunitários”.

De acordo com Hernâni Dias, passaram pelo Museu Ibérico da Máscara e do Traje, desde a sua abertura, 108 mil pessoas. O autarca destaca, ainda, que o facto do equipamento cultural estar sedeado no castelo, é “uma vantagem” que contribui para o aumento do número de visitantes.

“Vem muita gente de Espanha, vêm, também, muitos portugueses e outros turistas que o município recebe nesta zona, uma vez que o museu está sedeado dentro das próprias muralhas do castelo, o que é uma vantagem também, pois este espaço recebe imensos estrangeiros”, declarou o presidente da Câmara Municipal de Bragança, sublinhando que o Museu Ibérico da Máscara e do Traje tem contribuído, decisivamente, para a “preservação da memória do nosso território e, também, da província de Zamora”.

Hernâni Dias discutiu, ainda, com a comunicação social sobre a possibilidade do museu ser ampliado. “Essa é uma pretensão, até porque este espaço é relativamente exíguo e podermos fazer uma ampliação para conseguirmos ter aqui um local mais aberto de forma a também introduzirmos mais caretos, mais trajes e mais adereços, seria importante de facto, pois é aquilo que valoriza e carateriza este equipamento”, sublinhou o edil, que considera esta temática das máscaras uma “tradição com futuro”.

Presente no aniversário, esteve, também, o autor da exposição “Caretas”. “São 35 máscaras e esta mostra serve, sobretudo, para mostrar como é que são as máscaras na minha aldeia, Aveleda. Muitas destas são utilizadas pelos rapazes todos os anos na Festa dos Rapazes no dia 25 de dezembro”, descreveu o artesão brigantino, Isidro Rodrigues, cuja exposição estará patente no museu até ao dia 23 de abril.    

Lata, folhas de flandres, zinco, pelos e cornos de animais selvagens são só alguns dos componentes que constituem uma máscara típica da localidade de Aveleda, que, segundo o seu criador, demora cerca de dois a três dias para se fazer.

Bruno Mateus Filena
in:diariodetrasosmontes.com

Entrudo Chocalheiro 2017

Jovem de Podence lança livro sobre a história e o turismo à volta do Entrudo Chcocalheiro

É, provavelmente, a obra mais atual sobre os Caretos de Podence e a festa do Entrudo Chocalheiro, vista de um ponto de vista académico, mas também por quem vive desde sempre com esta tradição.
“Caretos de Podence – História, Património e Turismo” é a tese de mestrado de Luís Filipe Costa, natural daquela aldeia transmontana, que agora está em livro. Licenciado em Turismo, seguiu depois estudos em Arte e Património. Uma investigação que nasce de uma curiosidade despertada há uma década.

“O tema foi sendo desenvolvido logo a partir do momento em que em entro para a Casa do Careto. Vim para cá logo no ano seguinte à construção, nas férias do verão, para receber os turistas. Resulta do contacto com as pessoas, que me faziam perguntas sobre os Caretos, e eu tinha de ir encontrar respostas. Logo aí começa o ponto zero deste livro.

Claro que depois, já no mestrado em Arte e Património, aí desenvolvi o grosso deste trabalho, ainda que seja um trabalho que venho a fazer ao longo da última década.”
Luís Filipe Costa dividiu o volume em três partes, numa visita pelo antes, pelo agora e pelo futuro.

“Uma primeira parte é dedicada à história, até porque é a pergunta que mais me fazem: qual é a origem da festa. As pessoas dizem sempre que é uma festa celta. E porquê celta e não romana? É um tentar perceber além daquilo que nos tem sido dito, ir para além do óbvio.

A segunda parte, sobre o património, dedica-se a falar deste sentimento de transmissão de algo que é importante para a comunidade. Os mais velhos passarem aos mais jovens algo que é importante.

Na terceira parte, é sobre o turismo, porque já faz parte da festa e é preciso olhar para ele de forma mais criteriosa. Não é todo igual, é preciso distingui-lo. Há turismo que é bom, mas também o há que pode ser menos bom. É preciso ter cuidado com isso, e nesse aspecto deixo alguns alertas.”
Como investigador, e como profissional na área do Turismo na freguesia de Podence, Luís Filipe Costa facilmente traça o perfil do turista que procura o Nordeste.

“São os turistas que procuram o contacto com a natureza, algo autêntico e genuíno, e ir para além daquilo que lhes é oferecido nas suas áreas de residência. No litoral, sul e centro, o Carnaval é importado do Brasil. E então procuram algo que os faça sentir mais portugueses e que tenha mais a ver com as suas raízes. Por isso, viajam para a nossa região.”
“Caretos de Podence – História, Património e Turismo” foi hoje apresentado na Casa do Careto, inserido nas festividades do Entrudo Chocalheiro. É editado pela Poética Edições, e tem como autor Luís Filipe Costa, investigador natural de Podence, e, consequentemente, também ele um dos Caretos que aviva a tradição.

Escrito por ONDA LIVRE

A Economia de Bragança em 1721


A economia do concelho de Bragança, durante séculos, manteve características próprias de uma economia de Antigo Regime, baseada, portanto, numa agricultura rotineira e arcaica e na criação de gado, atividade económica, complementada pela sericicultura e pela indústria da seda, a qual lhe deu alguns períodos de significativa prosperidade.
A economia rural deste Município, como aliás da Terra Fria trasmontana, assentava numa agricultura de cereais e na criação de gado – “a seara de centeio e o lameiro são, por isso, as notas típicas da paisagem”, como escreveu Virgílio Taborda –, a que, a partir de inícios do século XIX se associou a batata.
Predominava a cultura do centeio, seguindo-se o trigo e, excepcionalmente, a cevada e o milho. A batata, ao contrário do que se tem escrito, embora não sendo desconhecida em Trás-os-Montes no século XVIII, apenas se generalizou em Bragança e por todo o nordeste trasmontano a partir das invasões francesas.
Cardoso Borges, em 1721-1724, muito pouco se refere quanto à realidade económica de Bragança, limitando-se a referir as produções agrícolas e pecuárias mais comuns no município e, quanto à indústria, um pequeno texto sobre a “fábrica da seda”.
Assim, apenas indica que o pão era “abundante”, os vinhos “excelentes”, as hortaliças “boas”, frutas “de guarda”, muita castanha, algum azeite, legumes e lacticínios.
Menciona, ainda, carnes “gostosas”, sobretudo a de porco; caça – perdizes, lebres, coelhos, corças e javalis – nos montes; e trutas, bogas, barbos e enguias nos rios, embora refira que, “sempre que o tempo o permite, o peixe do mar também chega a Bragança”.
Nas suas quatro praças vendiam-se hortaliças, legumes e fruta de Mirandela, e azeite e melões da Vilariça. O seu comércio era alimentado basicamente por tais produtos e pela seda.
Quanto ao sector da indústria, para além das atividades artesanais típicas da estrutura socioeconómica do Antigo Regime, apenas merece referência particular, devido à sua importância e difusão no concelho, a indústria das sedas.
A indústria das sedas na cidade de Bragança, que remonta ao século XV, foi objeto de sucessivas tentativas de modernização nos séculos XVII e XVIII. Em 1678, mestres estrangeiros, nomeadamente de Itália, são chamados a Portugal para o aperfeiçoamento das manufaturas das sedas, incluindo as de Bragança. Com efeito, a fábrica da seda da capital do Nordeste Trasmontano, que se encontrava “quase extinta”, foi restabelecida por Pedro II, que mandou vir de Toledo oficiais e o mestre Eugénio Gomes, a quem deu tença, pondo-lhe naquela cidade “casa pública para ensino dos naturais”.
Carvalho da Costa, na sua Corografia Portuguesa, escrita no que diz respeito a Trás- os-Montes entre 1695-1700, dá-nos conta, relativamente a Bragança, que na cidade se fabricavam veludos, damascos, pinhoelas e gorgorões, e que tivera uma “casa por conta de sua majestade, em que se obravam excelentes veludos lavrados”.
Por 1721-1724, José Cardoso Borges, na sua Descrição topográfica da cidade de Bragança, dá conta da produção de “excelentes sedas”, no termo da cidade, e de “um honesto trato na fábrica da seda”, conhecida no passado pelo número dos seus operários – na cidade e seu distrito, segundo a tradição, “constava a fábrica da seda de cinco mil teares” –, localizando-se as casas da fábrica, segundo os tombos do Almoxarifado de Bragança, na rua dos Oleiros.
Constava, então, “somente”, de 30 tornos e 350 teares, ocupando-se a maioria em “mantos de peso” e nela se lavravam roupas lisas de todo o género, damascos, pinhoelas, veludos lisos e lavrados.
O que José Cardoso Borges não refere – como não podia referir – é que a indústria das sedas de Bragança, como do Nordeste Trasmontano, se encontrava arruinada, devido fundamentalmente à Inquisição. A “sinistra” ação do Tribunal da Inquisição, só por si, é mais que suficiente para explicar a anemia e mesmo a interrupção temporária de que indústria das sedas foi objeto, por várias vezes, durante aquele período. Só Bragança, entre 1580-1755, soma 1 451 processados pela Inquisição de Coimbra, 1 601 se a estes juntarmos as pessoas naturais daquela cidade processadas pela Inquisição de Évora.
As perseguições exercidas pela Inquisição durante a sua existência abateram-se fundamentalmente sobre os “homens de negócio”, sinónimo, no século XVII, de “cristãos-novos” e “gente de nação”, isto é, sobre a burguesia de negócios. Sob o pretexto de que os “cristãos-novos” eram judeus, a Inquisição exerceu uma perseguição impiedosa e sangrenta sobre a burguesia mercantil, industrial e financeira, perseguição tanto mais implacável quanto os bens dos processados eram confiscados.

in: Memórias de Bragança
Publicação da C.M.B.

Capital de distrito transmontana comemora aniversário com várias atividades

Medalha de Honra do Município atribuída às Servas Franciscanas e Comunidade de Balsamão

A Assembleia Municipal, reunida esta quinta-feira, votou por unanimidade o parecer para a atribuição da Medalha de Honra do Município proposta pelo Presidente da Câmara Municipal.
As Servas Franciscanas de Jesus Sacramentado e a Congregação dos Marianos da Imaculada Conceição (Comunidade de Balsamão) receberão a Medalha de Honra do Município de Macedo de Cavaleiros no próximo dia 29 de junho. 

As Servas Franciscanas viveram de 8 de dezembro de 2015 a 1 de novembro de 2016 o Ano Jubilar da Congregação, festejando 3 aniversários importantes: o centenário da primeira inspiração carismática; os 75 anos da tomada de decisão de fundar a Congregação; 25 anos da elevação a Instituto de Direito Pontifício.

A presença da comunidade no concelho iniciou-se em 1944, destacando-se no desenvolvimento de um trabalho pastoral e de solidariedade social. O Centro D. Abílio Vaz das Neves, em homenagem ao Bispo da Diocese Bragança-Miranda que fundou a Congregação, acolhe 62 crianças e jovens do sexo feminino, com idades entre os 2 e os 21 anos, e do sexo masculino, entre os 2 e os 6 anos; O Centro de Reabilitação Profissional, único no Nordeste Transmontano, dedica-se à formação e inserção socioprofissional de vinte e oito jovens portadores de deficiência em quatro áreas.

Ainda na cidade de Macedo de Cavaleiros, a comunidade possui a Creche e Jardim de Infância Nossa Senhora de Fática, com capacidade, respetivamente, para 58 e 75 crianças. Em Lagoa, o Centro de Dia Padre Carlos Susano serve 22 utentes e presta serviço de apoio domiciliário a outras 23. Em Chacim, O Colégio Ultramarino Nossa Senhora da Paz, estabelecimento de ensino particular e cooperativo, acolhe 110 alunos, do 5º ao 9º ano.

A Congregação dos Marianos da Imaculada Conceição chegaram a Balsamão em 1754 pelo venerável Frei Casimiro Wyszynski. A partir de 1960 e até 1982 funcionou o Seminário de Balsamão, por onde passaram cerca de 600 alunos da região. A partir de então os Marianos têm trabalhado na Pastoral Paroquial, na Animação Pastoral do Santuário de Balsamão, na Pastoral Juvenil, na Pastoral da Misericórdia, através de diversas publicações e a realização anual da Semana da Misericórdia, através de diversas publicações e a realização anual da Semana da Misericórdia, e no diálogo entre a Cultura e a Fé, particularmente com a realização das Jornadas Culturais de Balsamão, desde há 19 anos. Atualmente são párocos in solidum da Unidade Pastoral de Macedo de Cavaleiros e orientam a Casa da Juventude e Artes, junto à Praça das Eras, prestando um precioso serviço aos jovens, sendo também capelães da Santa Casa da Misericórdia de Macedo de Cavaleiros.

Nota de Imprensa - CM Macedo de Cavaleiros

Macedo de Cavaleiros encheu no primeiro dia do Entrudo Chocalheiro

O desfile da noite de sábado abriu o Entrudo Chocalheiro. As ruas de Macedo de Cavaleiros encheram-se de visitantes para assistirem aos foliões das associações e grupos convidados.
Foi a maior enchente de sempre, num cortejo que finalizou com a Queimada do Padre Fontes de Montalegre e a Queima do Diabo no Jardim 1º de Maio.

As temperaturas mais quentes que o habitual para a época, compuseram o convite que Macedo de Cavaleiros a todos fez para visitarem o Carnaval Mais Genuíno de Portugal. São muitos os que visitam o concelho no Entrudo Chocalheiro, em grupos organizados, como excursões várias, grupos de caminheiros, caravanistas, motards ou famílias inteiras.

São essencialmente Portugueses, de todo o país, mas também de vários pontos da Europa, especialmente, claro, da vizinha Espanha. Se Podence no sábado pela manhã já registou muitas visitas, Macedo de Cavaleiros concentrou as atenções a partir da tarde, com a hora de jantar muito concorrida nos restaurantes da cidade que nestes dias promovem o Festival Gastronómico do Grelo.

“Macedo de Cavaleiros está de facto na moda. Seja no inverno com a Feira da Caça e Turismo e agora no Entrudo Chocalheiro, seja depois no verão com as praias da Albufeira do Azibo”, considera o Presidente da Câmara Municipal, Duarte Moreno, para quem, o concelho se “distingue pelo acolhimento que a todos proporciona, pelo carácter familiar com que todos são recebidos. E o Entrudo Chocalheiro é disso um exemplo, por um lado a singularidade que apresenta, por outro a genuinidade com que mantém a tradição. Quem gosta de Carnaval, tem todas as razões para visitar o Entrudo Chocalheiro e as pessoas cada vez mais reconhecem isso.”

Nota de Imprensa - CM Macedo de Cavaleiros

Flashmob pela integração social

Integrado na abertura do festival do butelo e da casula, realizou-se na passada sexta-feira, na praça professor Cavaleiro Ferreira uma flashmob organizado pela CLDS de Bragança.
Esta é uma das muitas iniciativas organizadas pela associação que convidou diversas instituições a participar nesta iniciativa. Este projecto visa a inclusão de idosos, crianças e pessoas portadoras de deficiência. A coordenadora do projecto, Anabela Pires, explica que “o objectivo é criar momentos onde eles podem promover hábitos saudáveis, o envelhecimento activo.”
Foi uma coreografia organizada pelo professor de zumba Nuno Moreira, que considera este tipo de iniciativas “ importantes para promover a importância da actividade física e da integração destes grupos na sociedade.”
Esta foi a primeira vez que a iniciativa se realizou mas a CLDS de Bragança deixa a promessa de continuar com este e outros projectos com vista à inclusão social.

Escrito por Brigantia

Desfile de Carnaval mais participado de sempre enche as ruas da cidade de Bragança

Cerca de mil caretos e outras figuras endiabradas invadiram as ruas da cidade de Bragança este sábado, para um desfile de Carnaval, com representação de tradições bem genuínas do Nordeste Transmontano.
Um corso, que com as tropelias e diabruras que às figuras mascaradas se permitem por estes dias, levou muitos a assistir.

Foram cerca de 20 os grupos de mascarados, do distrito de Bragança e também de Espanha, e de gaiteiros que animaram a cidade ao longo da tarde.

Uma jovem de Vila Boa, Ousilhão, Vinhais, disse que se veste de careto “para não deixar acabar a tradição e assim mantém-se a tradição na aldeia”.

 “Deixou de haver homens e começou a haver mulheres a vestirem-se também”, refere outra rapariga que há dois anos veste o traje tradicional de Grijó de Parada.

 “É a festa dos caretos, anda-se de funil de porta em porta a botar os jogos à praça, durante a noite toda de 25 ara 26 de Dezembro”, na Torre de Dona Chama, referiu um dos participantes no desfile.

Em Bragança as brincadeiras duraram toda a tarde, para animar quem foi até ao centro histórico.

E o desfile que integrou ainda as escolas e outras instituições terminou com a queima do diabo na Praça Cavaleiro Ferreira.

Esta foi a edição em que mais gente participou no desfile e com grande afluência de público como destacou o presidente do município de Bragança, Hernâni Dias.

“Há um grande crescimento, quer pelo número de participantes que pelo número de pessoas a assistir ao desfile, neste que e um carnaval mais genuíno, é o nosso carnaval”, frisou o autarca.

E em Bragança, os festejos carnavalescos só terminam quarta-feira, dia em que sai à rua “O diabo, a morte e a censura”. 

Escrito por Brigantia
Olga Telo Cordeiro

Comissão da Casa do Abade de Baçal vai à Assembleia Municipal

Foi criada uma comissão com representação política de todos os grupos parlamentares da Assembleia Municipal de Bragança, para a dinamização de um projecto de recuperação e utilização da casa do Abade de Baçal, nesta aldeia, tendo em conta o valor simbólico do edifício.
A base desta comissão pretende reunir uma série de opiniões para consubstanciar este projecto, como explica o deputado da CDU, António Morais.  “Tendo em conta o valor simbólico do edifício, foi pedida a opinião a notáveis que, de alguma forma, estão ligados ao Abade de Baçal, desde académicos a instituições como o Instituto Politécnico de Bragança, a Universidade de Trás os Montes e Alto Douro, o Turismo, o Parque Natural de Montesinho e a diocese de Bragança-Miranda, que estão associadas do ponto de vista etnográfico, cultural, antropológico e social à figura do abade de Baçal”, sublinhou.
Na primeira assembleia municipal de 2017, que se realizou, sexta-feira, a Comissão da Casa do Abade Baçal, esclareceu o ponto de situação em que estão os trabalhos do projecto. Depois desta primeira etapa, serão pedidas entrevistas a várias entidades que podem colaborar directa ou indirectamente para a concretização deste projecto. Entidades que do ponto de vista cultural, etnográfico, antropológico e social estão ligadas à figura do Abade de Baçal.
A discussão sobre “a quem caberá a gestão deste equipamento é ainda para já uma incógnita. Poderá passar pela autarquia ou até funcionar como extensão do museu Abade de Baçal, mas “para já é prematuro, nesta fase, estar a falar sobre isso”, concluiu o deputado.
A comissão da Casa do Abade Baçal pretende avançar com uma solução até ao final desta legislatura autárquica para propor nova apreciação em Assembleia Municipal.

Escrito por Brigantia

Estudo de impacto ambiental de pedreira junto a Quintanilha reaberto pela APA preocupa população

A sombra de um projecto de uma pedreira no monte Pedroso voltou a pairar sobre a população de Quintanilha, no concelho de Bragança. O estudo de impacto ambiental de uma exploração de minerais voltou a ser colocado em consulta pública pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA), visto tratar-se de um projecto transfronteiriço, e porque a declaração de há quatro anos caducou.
No entanto, o projecto de exploração foi abandonado em 2009 quando o Monte Pedroso foi declarado bem de interesse cultural pela junta de Castela e Leão, estatuto que impede as construções ou movimentos de terra.

O presidente da junta de freguesia de Quintanilha, José Carlos Fernandes, lamenta o alarmismo criado agora com a reabertura do processo de consulta pública.

“Passados vários anos a APA vem de novo pôr em consulta pública um assunto que está morto em Espanha e, o ridículo disto, é que as autoridades portuguesas deviam estar informadas e não alarmar as populações”, critica o autarca.

Numa reunião realizada este sábado, em Quintanilha para esclarecer a população da aldeia, participou ainda Javier Fagundes, o alcalde de Trabazos, localidade próxima na vizinha Espanha. O também senador do governo espanhol critica a falta de comunicação entre as autoridades dos dois lados da fronteira que vem criar um alarme desnecessário.

“Não deixa de ser um problema de compartilhar informação entre administrações e de os desconhecimento dos procedimentos administrativos por parte dos cidadãos. O departamento de cultura da junta de Castilha e Leão em 2009 fez uma declaração de bem de interesse cultural, e não faz sentido agora nenhum tipo de procedimento, ali não se pode fazer absolutamente nada”, garante o responsável espanhol.

Um projecto, que em 2009 foi alvo de contestação dos dois lados da fronteira, volta agora à tona. Apesar da garantia de que não se poderá desenvolver no Monte Pedroso, mesmo em frente à aldeia de Quintanilha, o novo estudo de impacto ambiental em curso preocupou a população, que é chamada a pronunciar-se até dia 1 de Março. 

Escrito por Brigantia
Olga Telo Cordeiro

Onda de assaltos em armazéns agrícolas no concelho de Mirandela

Várias aldeias do concelho de Mirandela têm sido alvo de assaltos a armazéns agrícolas, nos últimos dias, com prejuízos de milhares de euros para os proprietários.
Os últimos aconteceram, no final da semana passada, em Lamas de Orelhão e Franco. Na madrugada de sexta-feira, João Carlos Agostinho, ao chegar ao seu armazém, em Lamas de Orelhão, nas imediações da A4, deparou-se com a rede cortada, todo o material agrícola estava no exterior, pronto para ser levado, mas o assalto não se concretizou, porque alguma coisa os terá assustado, conclui João Carlos Agostinho, já que a escassos metros dali, outro armazém ficou vazio. “ Entraram no armazém e tiraram todo o tipo de máquinas ligeiras, motosserras, caixas de ferramentas, aparelho de soldar, rebarbadoras e levaram para o limite da propriedade mas não levaram nada. Ao que tudo indica apanharam um grande susto ou com a presença da GNR que fazia patrulha nessa noite, ou com a luminosidade do prédio devido às bombas de gasolina, alguma coisa os fez recuar”, salienta.
No dia seguinte, mais assaltos aconteceram, e terá mesmo existido uma troca de tiros entre populares e assaltantes. Os assaltos têm acontecido com frequência nas redondezas, atingindo também as aldeias de Passos e Eixes. João Carlos Agostinho diz mesmo que os assaltantes são perigosos “responderam com tiros supostamente de caçadeira, tem sido quase diário e são pessoas perigosas que estão potencialmente armadas e que não têm problemas em disparar.”
Já existem mesmo agricultores que dormem nos armazéns para tentar preservar os seus bens. É o que acontece com Francisco António, desde há três semanas, altura em que ficou sem 11 cordeiros, que estavam numa corriça, nos Passos. Está revoltado porque ficou sem o seu sustento.
A GNR de Mirandela confirma que tem recebido várias queixas de assaltos nas aldeias e que os casos estão a ser investigados.

Escrito por Brigantia

Acidente de tractor provoca ferido grave em Passos Mirandela

Um homem de 68 anos ficou ferido com gravidade, na passada sexta-feira, na sequência de um acidente com um tractor, numa propriedade agrícola, na aldeia de Passos, no concelho de Mirandela.
O alerta foi dado, às 19.00 horas, seguindo para o local duas ambulâncias dos bombeiros de Mirandela, a ambulância de Suporte Imediato de Vida (SIV), e a Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) de Bragança.

Tudo indica que a máquina terá capotado e projectado a vítima para o solo, que ficou debaixo do tractor, durante algumas horas. Foi accionado o helicóptero do INEM, que transportou a vítima para o hospital de Bragança. 

Escrito por Rádio Terra Quente (CIR)

Automóvel cai ao rio Tua em Mirandela

Uma viatura caiu, esta manhã, ao rio Tua, junto à ponte Engenheiro Machado Vaz, em Mirandela, mas não há registo de vítimas. Fonte da PSP diz que existem fortes suspeitas que a viatura tenha sido “propositadamente” atirada para o rio, dado que existem algumas marcas no pavimento, junto a uma rampa situada no parque de estacionamento nas proximidades do espelho de água.
Ao que apuramos, tudo indica que o caso esteja relacionado com desavenças familiares.

O alerta foi dado, cerca das 7,30 horas, quando um popular avisou a PSP que uma viatura estava no rio, parcialmente visível, junto a um dos arcos da ponte Machado Vaz.

De imediato, os bombeiros voluntários de Mirandela fizeram deslocar uma equipa de mergulhadores para averiguar a eventual existência de vítimas, mas, poucos minutos depois, foi possível concluir que “não havia vítimas no interior, nem no exterior da viatura”, avançou o comandante dos bombeiros de Mirandela, Edgar Trigo.

No local estiveram três ambulâncias dos bombeiros, uma das quais de desencarceramento, com sete operacionais, incluindo dois mergulhadores. 

Escrito por Terra Quente (CIR)

sábado, 25 de fevereiro de 2017

TVR INFORMAÇÃO | 25/02/2017

Bragança promove Festival do Butelo e das Casulas

Desde o dia 24 ao dia 26 de fevereiro, decorre em Bragança o Festival do Butelo e das Casulas.
Nos próximos dias vai realizar-se ainda um fim-de-semana gastronómico, com 26 restaurantes aderentes e menus especiais para apreciar o butelo e as casulas.


Entrudo Chocalheiro espera bater o recorde de visitantes

Pelo concelho de Macedo de Cavaleiros, tudo pronto para o Entrudo Chocalheiro.
As festividades arrancam hoje, com o desfile noturno na cidade, que vai contar novamente com a presença do Padre Fontes, revela o vereador da cultura, José Luís Afonso.

“Teremos o nosso desfile noturno. Foram cerca de 25 associações e instituições do concelho a aderir. O desfile terá percurso pelas ruas da cidade, e termina em frente à câmara municipal, com um espectáculo de luz e do fogo. Lá teremos novamente o Padre Fontes para nos fazer a queimada.”
Depois, as comemorações carnavalescas seguem para a aldeia de Podence. No ano passado, foram mais de 10 mil os que quiseram ver de perto os caretos. Este ano, espera António Carneiro, presidente da Associação Grupo dos Caretos de Podence, esse número deve ser superado.

“As expectativas são muito grandes. E, pelo feedback que temos, se o São Pedro nos ajudar, e com certeza que sim, vamos ter uma das maiores enchentes em Podence e em Macedo de Cavaleiros neste Entrudo Chocalheiro.”
Muito em reflexo do recente anúncio da classificação dos Caretos de Podence como Património Cultural Imaterial de Portugal.

“Sim, esperamos mais gente. Temos recebido informação de muitos grupos que vêm visitar o concelho. E o tempo também nos vai ajudar.”
Na aldeia, já se vive o entusiasmo. Um orgulho que traz cada vez mais emigrantes à terra por esta altura.

“Há pessoas que pensam que este reconhecimento é mais um motivo de orgulho. As gentes de Podence conseguiram preservar uma tradição que esteve quase extinta, e que hoje é um orgulho. Os filhos da terra, que estão, por exemplo, em França, regressam mais nesta altura do que, até, no mês de agosto. E assim casa vez dá mais orgulho e prazer continuar.”
Este ano, estima-se que nas ruas de Podence andem cerca de 100 caretos à solta. A Roda das Tabernas, com mais um aderente, vai voltar a dar de comer e de beber aos forasteiros. Segunda-feira à noite revive-se a tradição dos pregões casamenteiros.

A juntar, mais uma edição da Rota Gastronómica do Grelo, com 23 restaurantes aderentes.

Escrito por ONDA LIVRE

Mil Diabos à Solta em Vinhais

Pelo quarto ano consecutivo, o ancestral, o único, e genuíno ritual que pinta de vermelho as ruas de Vinhais prolonga-se até sábado a seguir ao início da Quaresma, dia 04 de março, com “Mil Diabos à Solta em Vinhais!”.
Foto: Raul Coelho
Trata-se de um evento que iniciará com uma missa de Imposição de Cinzas, na Igreja do Seminário de Vinhais (18h00), seguida de uma procissão “…com Mil Diabos!” que acompanha uma Morte Gigante até à Pedra, local onde as raparigas são julgadas e purificadas.

Durante o trajeto, que acontece ao início da noite, mais de mil diabos capturaram e enjaulam, num carro de bois, as raparigas mais atrevidas que, a partir de varandas e janelas, os desafiam.

Numa grandiosa produção teatral, que se desenrola ao longo da procissão, entre a Igreja do Seminário e o Largo do Arrabalde, serão recriados alguns quadros que permitirão compreender o significado dos Diabos e da Morte de Vinhais: Escadaria da Salvação – São Miguel Arcanjo e os Cavalos do Paraíso; A mansão do Inferno – Deusa de Fogo; os 7 Pecados Mortais; Penitência e Julgamento; Revelação do Rosto da Morte/Fim da Escuridão. Todo o cortejo é acompanhado pelos “percussionistas da Morte” e outras personagens malditas, sob o comando do Mafarrico e do seu Cão.

A encerrar o ritual, as chamas consomem o manto que cobre a Morte Gigante, permitindo à assistência ver o que esconde um véu negro colocado no lugar do rosto, reforçando a ideia de que “Quem pró rosto da morte olhar, por mais um ano a irá afastar!”. A encenação culmina no Fim da Escuridão e nas boas vindas à Estação Clara.

Numa tenda gigante haverá tasquinhas com “comes e bebes” e com animação musical permanente, assegurada pelos Gaiteiros de Vinhais, até à hora do concerto com “Las Çarandas” a que se seguirá a atuação do Dj Fernando Alvim.

A organização é da Câmara Municipal de Vinhais, com a colaboração do Agrupamento de Escolas, responsável pela construção da Morte Gigante e participação na encenação ao lado do Grupo WEE – World Entertainment Events e da Companhia Filandorra.

Tal como nas edições anteriores serão disponibilizados fatos tradicionais dos Diabos de Vinhais, para quem se atrever a “vestir a pele do Diabo”, podendo-se participar em toda esta grandiosa encenação de uma festa verdadeiramente genuína e única no mundo.

Certos do vosso interesse na promoção e desenvolvimento turístico da região transmontana e da importância que tem a comunicação social na divulgação da actividade cultural dos municípios, agradecemos desde já a vossa melhor atenção, divulgação e contamos com a vossa presença no evento.

in:diariodetrasosmontes.com

Festival do Butelo e das casulas 2017 já começou

Começou hoje mais uma edição do Festival do Butelo e da Casula em Bragança.
Este é um evento que tem como objectivo promover um dos ex-libris de Trás-os-Montes, o fumeiro. Este ano houve uma maior adesão certame, são 40 expositores e 26 os restaurantes aderentes ao fim-de-semana gastronómico. O autarca, Hernâni Dias, fala sobre a necessidade de organizar a iniciativa num espaço maior. “A verdade é que no espaço que temos disponível não podemos meter mais gente mas queremos arranjar um espaço que possa acolher um crescimento deste festival e acolher mais produtores”, reitera o autarca. 
Este ano o festival realiza-se em simultâneo com o carnaval dos caretos num fim-de-semana que pretende trazer mais dinamismo à cidade e com isso atrair mais visitantes para Bragança. Este tipo de iniciativas que juntam eventos gastronómicos e culturais são a aposta do município “ faz efectivamente parte de uma estratégia de promoção territorial e desenvolvimento económico da cidade”, explica o Hernâni Dias.
Inserido no programa do festival decorre amanhã a cerimónia de Entronização de novos confrades da Confraria do Butelo e da Casula na Domus Municipalis. Até Domingo, na praça Camões, em Bragança pode comprar butelo e casulas e outros produtos regionais e degustar em vários restaurantes da cidade esta iguaria. 

Escrito por Brigantia

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Mais vale prevenir...

Dirão alguns ao ler esta publicação:
- Lá está o pessimista.
É verdade que o perigo existe em todos os cantos. Em casa, na rua, no trabalho...
Os acidentes acontecem quando menos se espera e essa verdade ninguém pode negar.
Mas, em nome da verdade, acontecem acidentes que podem ser evitados.
Repare-se neste caso no passeio que leva à rotunda de Vale d´ Álvaro.
O que pode acontecer a quem por qualquer motivo, caia do passeio para o terreno da antiga Adega?
É verdade que podem dizer....ora se nunca caiu ninguém, que se saiba, é porque está tudo mais que bem.
Pois para mim não está e há sempre uma primeira vez para tudo.
Não importa de quem é a responsabilidade em atenuar, ou resolver, a possibilidade de aqui acontecer um acidente. Importa atuar, anteciparmos-nos ao acidente.
Sugiro uma camioneta de terra para continuar o suporte de terras anterior e atenuar o declive.
Uma camioneta de terra não é assim tão cara e até pode dar jeito a alguém poder descarregá-la ali.
Um invisual, um idoso, umas crianças a brincar a correr, um bêbado...uma outra pessoa distraída a falar ao telemóvel...
São só 4 ou 5 metros de passeio.

MÃOS À OBRA!

HM

Bragança comemora Mês da Proteção Civil com um simulacro por concelho

Por Bragança, março chega dedicado  às comemorações do Dia Mundial da Proteção Civil. O cartaz das atividades foi ontem tornado público.
A efeméride assinala-se a 1 de março, mas este ano o Comando Distrital de Operações de Socorro de Bragança prolonga as atividades por todo o mês de março. É o Mês da Proteção Civil – 12 municípios, 12 ações, 12 dias.

Isto é, cada concelho do distrito vai receber um simulacro, relacionado com a envolvente, e que poderia representar uma situação real naquela zona.

Mirandela é o primeiro concelho a receber atividades. É dia 1 de março, e vai testar a capacidade de resposta em caso de um acidente no rio, que de resto é uma das imagens de marca da cidade do Tua.

Macedo de Cavaleiros recebe a 22 de março um simulacro de um incêndio industrial. Entre acidentes, incêndios e evacuações, serão colocados à prova os 12 concelhos, até dia 27 do próximo mês, com Vimioso a encerrar o programa.

O objetivo é, além de promover a articulação entre todos os agentes de Proteção Civil, aproximá-los da população e reforçar a sensibilização, para que todos saibam como agir uma hipotética ocorrência.

Escrito por ONDA LIVRE

Bragança Além Fronteiras

Bragança localiza-se num cruzamento de corredores naturais de circulação e de
condições geomorfológicas favoráveis à fixação humana. Não admira pois a existência de vestígios de Arte Rupestre em Grijó e Milhão, de um vasto património arqueológico, bem visível ainda em vários sítios fortificados em lugares cimeiros (Rebordãos, Pinela, Babe, Outeiro, Parada…), talvez fundados nos séculos XIII a XI antes de Cristo, e as dezenas de Castros da Segunda Idade do Ferro, espalhados ao longo de vales e linhas de água (Alimonde, Soutelo, Calvelhe, Castro de Avelãs…), comunidades que integravam o povo conhecido como os Zoelae, com sede política e administrativa em Castro de Avelãs, estendendo-se por uma vasta área territorial no Nordeste de Portugal e Nordeste de Espanha.
Com a conquista pelos exércitos romanos, surgiu uma nova organização política, administrativa e territorial. Em Bragança é bem expressiva a romanização, face aos vestígios recolhidos, às escavações arqueológicas recentes, à importante via militar romana a ligar a fachada atlântica com a Meseta, uma das principais “auto-estradas” da Península na época romana e que prevaleceu durante muitos séculos como ligação entre o litoral e a Meseta Ibérica e às explorações de ouro, prata, ferro e estanho (França, Portelo e Guadramil), a que estaria associada o provável controlo de destacamentos militares. Como importante centro de passagem de pessoas e bens, as explorações mineiras (com produção comprovada de ouro, estanho e ferro, e provavelmente prata), o aumento da demografia e das actividades económicas, Bragança terá vivido nos séculos I a III d.C., tempos de crescimento e prosperidade.
No período seguinte, povos vindos do Norte, Suevos e Visigodos, substituem os romanos no governo do território. Com a invasão da Península pelos muçulmanos, a região de Bragança constituiu-se como uma espécie de área fronteiriça alargada, palco de saques frequentes, até ao período em que esta zona do território se organizou em tempos civis, militares e religiosos, com significativa autonomia, fazendo-se referência no Concílio de Oviedo, no ano de 970, a Pelágio Conde de Bragança.
No final do século X e início do século XI, ascende a família dos Bragançãos, com D. Mendo Alãm, que casou com a princesa Ardzrouri da Arménia, aquando da sua passagem por Castro de Avelãs, em peregrinação a Santiago de Compostela. 
Durante o século XI a meados do século XIII, a poderosa família dos Bragançãos, a segunda das cinco mais importantes linhagens da aristocracia medieval portuguesa, a seguir à Família Real, adquiriu relevância sócio-política junto das cortes de Leão e no Condado Portucalense, devido à situação geoestratégica de Bragança, relativamente ao Condado Portucalense e ao Reino de Leão.
Fernão Mendes (II) de Bragança, cunhado de D. Afonso Henriques, passou à história como o Bravo, pela bravura na Batalha de Ourique. Foi um dos esteios da ascensão política do nosso primeiro Rei e do Reino de Portugal, por causa do seu poderio militar e económico.
A colocação geoestratégica de Bragança, dada a sua posição fronteiriça, passou a marcar de forma muito intensa a sua História, submetida à constante pressão políticomilitar dos dois Reinos de Portugal e de Leão, consequência da instabilidade e indefinição das fronteiras. No ano de 1187, D. Sancho I atribuiu a Bragança Foral de Vila, apostou na delimitação da linha de fronteira, mandou colocar marcos nas zonas fronteiriças, e por ali passou, em sinal de posse, mandando fortalecer as defesas e reconstruir as muralhas de Bragança.
Os conflitos entre Portugal e Leão mantêm-se. Bragança esteve implicada militarmente nos conflitos, sofrendo com o território cercado pelos exércitos inimigos, pela predominância dos seus dirigentes na primeira linha dos negócios do Reino, participou na diplomacia, em importantes acordos envolvendo os dois reinos.
Na sétima geração, no ano de 1258, a família dos Bragançãos perde a varonia, e D. Afonso III entrega Bragança a Nuno Martins, descendente da linhagem de Bragança.
No século XIV, as guerras com Castela provocaram a destruição e Bragança foi tomada pelos exércitos castelhanos no ano de 1370. A região bragançana volta em 1381 a ser militarmente devastada, surge a fome, as epidemias e com elas o desmesurado aumento da mortalidade infantil, o abandono dos campos, perdendo Bragança 83% da sua população. No ano de 1387, o Duque de Lencastre e D. Constância, herdeira de Castela, assinam, em Bragança o Tratado de Babe, no qual reconhecem a D. João I (aclamado nas cortes de 1385, por ter sido declarado vago o trono, e casado com D. Filipa, filha do Duque de Lencastre), os direitos que afirmavam possuir sobre Portugal e o Algarve.
D. João I volta a Bragança, no ano de 1396, em situação de conflito com Castela, tomando o castelo a Afonso Pimentel, alcaide de Bragança (que se havia aliado a Castela), confiscando-lhes os bens, mandando proceder a obras de consolidação e acrescento da estrutura do castelo. Os bens confiscados vieram a ser entregues a D. Afonso, filho ilegítimo de D. João I, fazendo-o Duque de Bragança, e que casou com D. Beatriz, filha única do Condestável D. Nuno Álvares Pereira, a mais rica herdeira do Reino.
E, assim, D. João I desenha uma política de reforço e organização desta região fronteiriça de grande importância na protecção política do reino, reforçando a posição de Bragança, como pólo fronteiriço, agregador de um vasto território, à volta do qual se reconstruiria um grande poder territorial e patrimonial que, deveria manter-se nas mãos de um único herdeiro, não podendo ser alienado nem dividido. Estaria subjacente a ideia de criar um ramo familiar forte, que em qualquer momento pudesse substituir a família real.
Com D. Fernando, 2º Duque de Bragança, reforçou-se esta estratégia, ao juntar os bens do seu irmão Afonso, conde de Guimarães, falecido sem sucessão legítima. O Duque D. Fernando empenhou-se ao lado do Rei Afonso V, nas campanhas no Norte de África, tendo sido governador de Ceuta. Quando o rei partiu para a conquista do Norte de África, deixou o governo do reino entregue ao Duque de Bragança considerado um dos homens mais poderosos do reinado de D. Afonso V. Este, a pedido de D. Fernando, 2º Duque de Bragança, por alvará de 20 de Fevereiro de 1464, concedeu a Bragança o foro de cidade. Foi julgado e condenado à morte por D. João II, no âmbito de um plano centralizador do poder político e económico, com a consequente redução dos privilégios das grandes Casas Senhoriais, incorporando os bens do ducado de Bragança, no património real.
O Rei D. Manuel I restitui esses bens aos seus antigos senhores por carta de 18 de Junho de 1496. Nesse mesmo ano, provoca grande prejuízo a Bragança, ao decretar a expulsão dos judeus que haviam recusado o baptismo, originando a saída de centenas de habitantes da cidade. Uma perda irreparável para a cidade. Os judeus foram surpreendidos pois, pouco tempo antes, D. João II tinha acolhido judeus perseguidos pelos Reis Católicos. Só da vizinha Benavente vieram para Bragança 3000 casais. O desfecho da acção do rei traduziu-se num declínio. Gradual, mas tremendo nos efeitos.
Em consequência da terrífica actividade da Inquisição, milhares de judeus saíram de Portugal, levando dinheiro, contactos, saberes, experiência mercantil e, acima de tudo, o interesse pelo conhecimento e a explicação da causa das coisas. Os Bragançanos Oróbio de Castro e Jacob Castro Sarmento são paradigmas da perda que Portugal obteve devido ao insensato acto de D. Manuel. O primeiro brilhou na Jerusalém da Europa – tendo sido líder na sinagoga de Amesterdão, o segundo notabilizou-se em Londres e na Escócia, sendo professor distinto na Universidade de Aberdeen, onde recebeu o grau de Doutor.
Iniciado o período dos Descobrimentos, o mesmo deu origem à constituição de um Império que se desenrolou à escala mundial, com expressão nos cinco continentes. Apesar de situada longe do mar, nem por isso Bragança deixou de contribuir com as suas gentes para um processo histórico da magnitude daquele que ficou conhecido pela designação de expansão portuguesa. Homens idos de Bragança para Lisboa e outros portos percorreram mares e terras distantes, em busca de melhorar a condição económica e social ou, tão simplesmente, contribuir para a evangelização de outros povos.
Numa breve referência a Bragança, apontam-se alguns nomes que servem de padrão para muitos outros que ficaram no olvido. O “moço do monte” João de Bragança foi nomeado por D. João II, “vedor” do corte de madeira destinada ao fabrico dos navios, que em 1497, partiram à descoberta do caminho para a Índia. Nessa Índia longínqua, o bombardeiro Diogo de Bragança esteve ao lado de Diogo Pacheco Pereira nas lutas contra o samorim de Calcutá. O célebre aventureiro Fernão Mendes Pinto, na sua imortal Peregrinação,refere Lourenço de Góis e Vasco Sarmento, primos naturais de Bragança que, cerca de 1540, estavam no Sião (Tailândia), onde foram capitães de duas fustas e o bragançano António Ferreira, que , por volta de 1543, chefiava uns mil mercenários ao serviço do rei do Pegu (actual Birmânia), e por ali andava também Cristóvão Sarmento outro influente mercenário nascido em Bragança.
Em relação aos missionários que, saídos de Bragança, acabaram por rumar à Índia, vale a pena referir como exemplos os nomes de alguns que permaneceram um tanto obscuros. É caso dos Agostinhos, Frei Diogo de Jesus, que entrou para a Ordem em Goa, no dia 1 de Fevereiro de 1635, e faleceu em Baçaim em 1670, ou de Frei Inácio de Santiago (no século, Inácio de Araújo), que veio a falecer, em 28 de Novembro de 1638, ainda noviço.
No ano de 1581, surge a 3ª Dinastia, de domínio espanhol sobre o povo português, conseguido pela força por parte dos reis de Espanha, tendo terminado a 1 de Dezembro de 1640, pela restauração da independência, ascendendo ao trono, o 8º Duque de Bragança (então governador militar de Portugal, sob o domínio filipino), com o nome de D. João IV, que bravamente defendeu o país, iniciando-se a 4ª dinastia, reinando em Portugal até à Implantação da República, a 5 de Outubro de 1910, e que haveria de levar o nome de Bragança a longínquas paragens e importantes encontros diplomáticos.

Fonte: Adaptação de Armando Fernandes, com base em textos da obra “Bragança Marca a História, a História Marca Bragança”.