quinta-feira, 18 de maio de 2017

João Manuel de Almeida Morais Pessanha

Presbítero, capelão militar, cavaleiro da ordem militar de S. Bento de Avis, director e professor de aritmética da extinta Escola Industrial de Bragança e professor interino de inglês e alemão no Liceu Nacional da mesma cidade. Nasceu na freguesia das Arcas, concelho de Macedo de Cavaleiros, a 3 de Fevereiro de 1843 e faleceu na freguesia de Cabeça Boa, concelho de Bragança, a 22 de Junho de 1905, para onde se retirara depois de reformado como capelão militar.
Era filho de Domingos António de Almeida Morais Pessanha (que morreu em Miranda do Douro, onde era subdirector da Alfândega) e de D. Felicidade Perpétua.
O padre João Pessanha, como geralmente era conhecido, passou por ser um dos homens mais eruditos do seu tempo no distrito de Bragança. De aparência negligente e pesada, possuía no entanto grande energia e assombrosas faculdades de trabalho, a par de uma inteligência superior.

Escreveu:
Alfândega da Fé ou Breve estudo acerca desta vila de Portugal. Bragança, Tip. Brigantina, 1897. 8.º de XXX-44 págs.
O Baixo Clero – Jornal semanário, publicado em Bragança e depois em Lisboa. Durou, com várias interrupções, desde 11 de Agosto de 1899 a 24 de Junho de 1905. Acerca desta publicação, veja-se o respectivo nome no artigo Publicações periódicas.
Dom Libaio Safadinho, O Bispo. Poemeto herói-cómico. Vigo, Tip. Moderna. 8.º de 39 págs. Saiu póstumo, sem nome de autor, como represália contra o bispo da diocese de Bragança, D. José Alves de Mariz, e contra o conselheiro Abílio Augusto de Madureira Beça.
Este poemeto é extremamente raro, porque, falecendo Abílio Beça a 27 de Abril de 1910 colhido pelo comboio na estação de Salsas, quando acabava de se imprimir, os editores não o lançaram a público e inutilizaram, segundo um deles nos confessou, toda a tiragem, além de poucos exemplares oferecidos a um ou outro amigo.
Tanto O Baixo Clero, na íntegra, como o Dom Libaio, em parte, tinham por fim único combater o já mencionado bispo, que suspendera do exercício das suas ordens o padre João Pessanha, por não se incorporar na procissão do Corpus Christi, e deram brado enorme esses ataques no meio bragançano, como se vê pelas polémicas que levantaram na imprensa desse tempo.
Colaborou em vários periódicos, como: Revista de Educação e Ensino, O Primeiro de Janeiro, etc.

Memórias Arqueológico-Históricas do Distrito de Bragança

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