quarta-feira, 19 de julho de 2017

Pastoral penitenciária ajuda à reinserção dos reclusos

A projeção do documentário “O Padre das prisões” no salão polivalente do centro Social Paroquial de Santo Condestável serviu de mote para um debate sobre a problemática da pastoral penitenciária que se realizou no passado dia 5.
Sensibilizar a comunidade para esta realidade foi o objetivo desta conferência, que antecedeu a festa do Santo Condestável.

O debate contou com a presença do Pe. João Gonçalves, coordenador nacional da Pastoral Penitenciária e capelão há mais de 40 ano, que veio falar da sua experiência na pastoral penitenciária e sobre aquilo que a Igreja vai fazendo nas prisões através de padres ou de outras pessoas, como colaborados e voluntários.
“As prisões têm a ver com toda a gente, sobretudo no que se refere à prevenção da criminalidade e no que se refere à reinserção social das pessoas quando saem das cadeias. São estes dois temas muito importantes para sublinharmos”, frisou.
Segundo o sacerdote, a pastoral penitenciária pretende que “no tempo em que se encontram na prisão, cada recluso se recomponha interiormente”.
“Primeiro, que seja capaz de assumir o erro que cometeu, lentamente e para sua consciência. E, depois, que seja capaz de pedir desculpa a si mesmo, aceitando-se como alguém que cometeu um ilícito e que consiga fazer as pazes com a família, com a comunidade e com as pessoas a quem ofendeu”, acrescenta.
O coordenador garante que o apoio da pastoral é muito bem recebido pelos reclusos e que é feito através da “celebração, da formação e do atendimento”. “Fazemos celebrações de eucaristia, formações em diversas áreas sobretudo na área de pessoa humana e dos valores religiosos e fazemos um atendimento individualizado onde se realizam os verdadeiros milagres da recomposição interior da pessoa. Isso leva tempo, são diversas conversas com muita paciência e um grande respeito pela pessoa detida, sem nunca perguntar porque está preso, sem nunca julgar e é com esse grande respeito que eles vão confiando e se vão recompondo interiormente”, explicou o sacerdote.
O Pe. Calado Rodrigues, presidente do Social Paroquial de Santo Condestável, considera importante debater esta temática porque “é uma realidade que está ao lado da paróquia mas que a maior parte das pessoas desconhece e até quer desconhecer”. A diocese Bragança-Miranda foi mesmo uma das primeiras dioceses a ter um secretariado da pastoral penitenciária e o Pe. Calado Rodrigues é o assistente espiritual. Visita todas as semanas o estabelecimento prisional de Bragança, acompanhando os reclusos.
“Estamos a promover uma série de iniciativas de formação dos reclusos, desde cursos bíblico , cânticos, espiritualidade e formação pessoal e humana”, referiu.
Novo projeto a pensar na reinserção social o sacerdote assegura que também já estão a delinear outras estratégias na “linha da prevenção e reinserção”.
“É uma das nossas preocupações para o futuro, criarmos uma instituição que os acompanhe quando eles saem da cadeia, mas isto é um projeto ainda em fase de estudo embrionário”, salientou.

Marta Pereira
Mensageiro de Bragança

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