quinta-feira, 14 de setembro de 2017

No combate às alterações climáticas

Não há dúvida alguma que as alterações climáticas estão a acontecer. Diversas agências e institutos de investigação têm batalhado para mostrar à humanidade que a vida que levamos está a destruir o equilíbrio do nosso planeta Terra. Lamentavelmente poucos de nós temos alterado as nossas rotinas de forma a compensar os distúrbios irreparáveis já praticados.
Desde do final do século XIX a temperatura da Terra aumentou perto de um grau Celsius devido às emissões de dióxido de carbono provocadas em grande parte pelo uso sem regra de combustíveis fósseis como o petróleo e o carvão. Desde do ano 2000, todo o ano é mais quente do que o anterior, o que mostra que isto da temperatura estar a aumentar está mesmo a acontecer e a situação agrava-se a cada ano. Um grau pode não parecer chocante, é apenas um! Infelizmente um grau Celsius já foi suficiente para causar grandes distúrbios. Regularmente deparámo-nos com notícias de eventos meteorológicos extremos: tempestades que destroem cidades, temperaturas anormalmente altas durante vários dias e sessões de chuva intensa que provocam cheias destruindo cidades e campos agrícolas. Estes são efeitos dos quais já todos nos apercebemos, mas há outros tão ou ainda mais graves a acontecer mesmo debaixo dos nossos olhos e sob nossa responsabilidade. 

Os oceanos têm sido gravemente afetados, absorvem grande parte do calor do planeta e há imensas consequências. Os recifes de coral são extremamente sensíveis a variações de temperatura e por isso têm sofrido do chamado Branqueamento dos corais o que faz com que se tornem muito vulneráveis e acabem por morrer facilmente. Os corais não são apenas zonas dos oceanos extraordinários que as pessoas gostam de visitar, os corais são o habitat de muitos peixes e outros pequenos organismos. Se os corais estão a desaparecer muitos peixes irão morrer porque o seu habitat desapareceu. Cerca de um quarto do dióxido de carbono produzido pela humanidade é absorvido pelos oceanos. Este gás provoca uma alteração química na água, baixa o pH da água dos oceanos e, como é óbvio, nem todos os peixes e todos os outros organismos que vivem nos oceanos conseguirão adaptar-se a esta mudança. 

Apenas um, um grau, e vejamos os efeitos que esta que parece uma pequena alteração está a ter um grande efeito nos oceanos, mas não só. As grandes áreas de gelo, como nos polos, são extremamente importantes para manter a estabilidade da temperatura. O sol que chega a estas zonas é refletido e por isso não contribui para o aquecimento global. Em consequência do aumento global da temperatura as zonas de gelo têm vindo a diminuir. Os cientistas chamam-lhe efeito positivo, pois aumenta-se a si mesmo. A diminuição da área de neve implica que menos raios solares sejam refletidos o que promove o aumento da temperatura, que por sua vez promove que o gelo derreta e as zonas de neve percam área. 

Desde 1900 o mar subiu cerca de 19 centímetros, mais uma vez talvez não pareça muito, mas pensem em ter 20 cm de altura de água à porta de casa. Os glaciares nos Himalaias, nos Alpes e no Alasca estão progressivamente a perder área. Estas consequências são apenas as mais proeminentes e as responsáveis de muitas outras repercussões que afetam a uma escala mais pequena diferentes populações em diferentes locais. 

Para além do uso descomedido de energias fósseis, a necessidade crescente para a produção de alimentos em massa está a levar a que florestas sejam destruídas. Grandes florestas como a Amazónia são parte dos pulmões da Terra, são fundamentais para manter o equilíbrio na Terra porque contribuem para a remoção de dióxido de carbono. O que antes eram florestas imensas são agora campos de cultivo e de criação animal. Sem esquecer que as explorações petrolíferas e mineiras também são pretexto para a desflorestação.

O nosso planeta precisa de nós para um restabelecimento da harmonia da Natureza. Para isso há hábitos a alterar. É importante dar atenção aos produtos alimentares que compramos, aos veículos de transporte que usamos, que fim damos ao lixo que produzimos e em quem escolhemos para decidir o futuro do nosso país e do mundo. É importante preferir os produtos que viajaram menos para chegar até nós, os que consumiram menos recursos, os que foram produzidos com menor impacto ambiental. É importante escolher os que promovem energias renováveis, que tomam medidas para a redução das emissões de dióxido de carbono e que apostam na proteção do ambiente. Acima de tudo é importante escolher fazer a diferença e para isso não precisamos de ser extremistas, apenas devemos ser razoáveis e procurar o equilíbrio. Precisamos de preservar o nosso planeta. 

Marisa Oliveira da Silva
Conteúdo fornecido por Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva
in:noticiasdonordeste.pt

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