segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Seca diminui a produção de azeitona para metade

Produtores previam colheita de excelência, mas a ausência de chuva travou o crescimento dos frutos. 
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"Estimamos que as quebras na produção de azeitona andem na ordem dos 40 a 45 por cento, o que é bastante grave num ano que prevíamos de excelência porque a floração foi muito boa e o vingamento também, mas a seca foi catastrófica", revelou ao CM o olivicultor Francisco Ataíde Pavão, também presidente da Associação de Produtores em Proteção Integrada de Trás-os-Montes e Alto Douro. 
No lagar da Casa de Santo Amaro, em Suçães, Mirandela, juntam-se por esta altura produtores de toda a região. "Talvez tenha menos 40 por cento de azeitona. Estava bem criada até junho, mas a partir daí, deixou de crescer", contou Pedro Alves, que aguarda pela chuva para dar calibre ao fruto. Em situação pior está Maria Vieira. "Este ano apanhei menos metade. Não se desenvolveu", diz.
Apesar de tudo, o rendimento em azeite é superior ao mesmo período do ano passado. "Estamos a ter, em média, entre três a quatro por cento mais azeite, também porque a colheita foi antecipada duas semanas. Muito por causa da seca, a maturação aconteceu mais cedo", explica Francisco Ataíde Pavão.
Deixar a cultura de sequeiro e apostar na rega parece ser o futuro. "Quem já tem, notou a diferença. Urge criar um plano de regadio forte na região para minimizar estes efeitos", conclui. Já em Freixo de Espada à Cinta, único concelho de Bragança onde a azeitona de conserva tem mais relevo que a de azeite, as perdas são igualmente elevadas. "Temos entre 30 a 40 por cento a menos este ano, em olivais com regadio. 
Em sequeiro, as quebras estão perto dos 100 por cento", estima Teófilo Ferreira, da cooperativa agrícola.

Tânia Rei
Correio da Manhã

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