quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

PEDRAS DE ARMAS do Distrito de Bragança

Sta. Comba de Rossas
No volume VI, págs. 737 e seguintes, destas Memórias apresentámos o desenho das pedras de armas do distrito de Bragança; agora aditamos algumas, que escaparam e corrigimos outras que saíram erradas.
Sem querer desculpar os nossos olhos, dispersos à formiga pelos pedregulhos e arquivos, e muito menos a nossa estupidez, primacial fonte da asneira, lembramos apenas, coisa aliás bem sabida dos epigrafistas, que as condições de visualidade no momento da observação, devido à maior ou menor intensidade de luz, facilitam, dificultam ou impossibilitam mesmo a leitura.

ARCAS – Escudo nº 14, pág. 742. No 2.º quartel a orla da cruz é formada por caldeiras, e não estrelas, como lá apontámos. Armas dos Vilhegas. A capela de S. Caetano, fundada por António de Sá Morais (nº 1 da pág. 16) está agora faceando com o frontispício do palacete brasonado do visconde das Arcas, Francisco Pessanha Pereira do Lago (2.º da pág. 695).
– Escudo nº 15, pág. 742.No 2.º quartel, que demos em branco, há uma banda saindo das bocas de duas cabeças de serpes. Armas dos Andrades; devendo, pois, concluir-se que esta casa é a de Domingos Teixeira de Andrade (nº 3 da pág. 17).
ARUFE – Concelho de Bragança. Há um escudo que ainda não pudemos ver, talvez igual ao nº 24, pois pertencia à mesma família.
BENLHEVAI – Concelho de Vila Flor. No fecho do arco cruzeiro da igreja matriz de Benlhevai há um escudo dividido em pala: na da esquerda, as quinas do reino, com a orla dos castelos; na da direita, uma barra xadrezada com uma flor-de-lis de cada lado. Armas dos Sanches de Castela? dos Sanches de Portugal, de Afonso Sanches, filho de el-rei D. Dinis?
BRAGANÇA – Na parede junto à porta de entrada da casa de habitação da propriedade conhecida pelo nome de «Quinta do Branquinho», subúrbios de Bragança, agora pertencente, por compra, a Ana Catarina de Morais (família dos Diogos), viúva de Tomás de Aquino Lousada, do Parâmio, morador em Cova de Lua, que por sua vez a compraram a António Maria Álvares Martins (pág. 294), que também por compra a possuíra, há numa lápide de granito gravado um escudo esquartelado, tendo no 1.º e 3.º quartéis uma árvore; e no 2.º e 4.°, três troncos de árvore postos em pala. Armas dos Morales?
CASTELÃOS – Nº 46, pág. 752. Deve emendar-se o texto pela seguinte forma: Está em Castelãos, concelho de Macedo de Cavaleiros, no frontispício do palacete do visconde da Paradinha de Outeiro, António José de Miranda, hoje de José Caetano Saraiva Caldeira de Miranda, governador civil de Bragança em 1906, conde de Almendra, filho de José Caetano
Saraiva Caldeira e de D. Antónia Amélia de Miranda, irmã do visconde da Paradinha de Outeiro, acima mencionado.Ver pág. 377.
FREIXO DE ESPADA À CINTA – Nº 62, pág. 757. Os emblemas são folhas de figueira e não as tais figuras lanceoladas que lá apontámos.
Numa campa funerária da igreja há um escudo posto de ilharga dividido em pala, tendo na da esquerda as armas dos Freires e na da direita as dos Britos. Por cima do altar-mor da capela do SS. Sacramento, na mesma igreja, há um escudo em madeira, iluminado. É esquartelado: no 1.º quartel, as armas dos Sotomaiores; no 2.°, as dos Sás e assim os contrários.
Encaixado na parede da mesma capela há outro escudo esquartelado: no 1.º quartel, as armas dos Morais; no 2.°, as dos Sás e assim os contrários.
Há outro idêntico numa pedra que veio da casa antiga, agora no jardim de D. Ernestina Taborda. Está posto de ilharga e o xadrez do 2.º e 4.º quartéis é de sete peças em facha e sete em pala.
Numa pedra da parede do convento de S. Filipe Neri há um escudo dividido em pala, tendo na da esquerda as armas dos Juzartes. A da direita é dividida em facha, tendo na superior um leão com orla de seis animalejos, ao parecer cabras, e na inferior uma árvore com duas flores-de-lis entre os ramos e uma de cada lado do tronco.
Pintado em madeira, iluminado, ao cimo da escada interior de uma casa pertencente ao morgado dos Cortiços e hoje, por compra, a Francisco Manuel Sapage, há um escudo dividido em seis quartéis: o 1.°, xadrezado; no 2.°, as armas dos Machados; no 3.°, em campo vermelho uma cruz de oiro; no 4.°, as armas dos Mesquitas; no 5.°, em campo vermelho, cinco flores-de-lis de oiro postas em santor; no 6.°, as quinas do reino com orla, mas sem os castelos. Encimando a portada da mesma casa havia o mesmo escudo em cantaria, mas o actual possuidor apeou-a e fez dela uma masseira para os porcos!... Nem precisa comentários!
MIRANDA DO DOURO – Na casa do falecido Paulo de Sousa, gravado em madeira, iluminado, há um escudo esquartelado: no 1.º quartel as armas dos Ordazes (?); no 2.°, em campo de oiro, uma banda; no 3.°, em campo verde, uma águia com uma anilha e uma estrela de sete bicos em azul e no 4.º cinco vieiras em oiro postas em santor.
MIRANDELA – Na casa de um antigo morgado de S.Miguel há um escudo dividido em pala: na da esquerda tem uma cruz como a dos Teixeiras e na da direita seis crescentes de lua, postos em duas palas. Parecem as armas dos Pessoas com a orla das estrelas.
MOGADOURO – No pavimento da capela-mor da igreja matriz do Mogadouro há duas campas de granito brasonadas, com as armas dos Távoras – cinco fachas ondadas sem o golfinho – que, apesar de picadas por ordem do marquês de Pombal, pelo suposto crime de regicídio, ainda se percebem, assim como algumas letras das respectivas inscrições. No fecho das nervuras da mesma capela há outro escudo dos Távoras em iguais condições de visualidade e ainda outro no fecho do arco da capela-mor do convento de S. Francisco. Na referida igreja matriz do Mogadouro há, gravada numa campa, uma grande picareta ladeada por três crescentes e três estrelas, mas estes emblemas não estão metidos em escudo.
Na pág. 760, falando do escudo nº 71, existente em Macedo de Cavaleiros, dizemos que há outro idêntico «no Mogadouro, na fachada da casa do morgado Oliveira». É confusão ou estupidez; o que realmente está no Mogadouro, pintado no tecto ao cimo da escada, à entrada da casa Oliveira Pegado, é um escudo dividido em pala, tendo à esquerda as armas dos Pegados e à direita as dos Oliveiras.
Escudo nº 88, pág. 767. No quartel em branco há uma cruz como a dos Teixeiras.
Escudo nº 89, mesma página; está todo errado. É esquartelado e não dividido em seis quartéis, como ali se lê. No 1.º quartel, as armas dos Sobrinhos; no 2.°, as dos Teixeiras; no 3.°, as dos Mesquitas e no 4.º, as dos Vieiras.
Logo por baixo do escudo há um epitáfio que diz: S. de Belchior Sob / rinho cavalr / fidalgo e de sua / m... ... oef / ..·.. iro.
MONCORVO – Em pedra solta, encostada à parede do Asilo em Moncorvo, há gravado um escudo dividido em pala, vendo-se à esquerda as armas dos Cunhas e à direita cinco estrelas de oito raios postas em aspa.
Por baixo o seguinte letreiro: S.a de D. Marce.a / da Cunha molher / que foi do ld.º Jm.º / da Fonseca Boic / a qual falc.º sendo / ele juiz de fora nes / ta villa a 25 de / ... gosto de 1635.
Junto a uma fonte na Quinta de Mendel, subúrbios de Moncorvo, pertencente ao doutor António Guerra, há um escudo dividido em pala: na da direita seis arruelas em duas palas (armas dos Castros, de Álvaro Pires de Castro, o Velho) e na da esquerda um leão com bordadura semeada de flores-de-lis (armas dos Borges).
VILA FLOR – Escudo nº 131 pág. 779. No 2.º quartel, em vez de leões devem ser pássaros (aves), e o mesmo no nº 132 em vez das armas dos Almeidas que lá figuram. O escudo nº 134 está todo errado. É o dos Sampaios; portanto, idêntico ao nº 133, mas sem a bordadura semeada de S S.
Na casa que foi do conde de Sampaio, hoje pertencente, por compra, ao doutor Francisco Guerra, há outro escudo igual a este.
Ainda na capela-mor da igreja matriz de Vila Flor há uma campa brasonada, com um escudo esquartelado, tendo: no 1.º quartel, um castelo com três torres; no 2.°, um crescente com as pontas voltadas à direita; no 3.°, quatro estrelas de quatro raios e no 4.°, uma cruz. Por baixo tem um letreiro que parece dizer: S.a de Lis / erco de / Magua / lhais / e: s: m: – tudo muito imperceptível. Ao lado há outra campa também brasonada, que não descrevemos por nada se perceber, nem o próprio epitáfio.
Há outro escudo numa casa em Vila Flor dividido em pala; na da esquerda as armas dos Lemos; a da direita dividida em facha, tendo na parte superior as armas dos Pintos (?) e na inferior as dos Cardosos.
VINHAS – Concelho de Macedo de Cavaleiros. Disse-nos o nosso amigo Augusto César Vila Verde, abade aposentado desta freguesia, que numa sala da casa da residência paroquial há um escudo dividido em pala com as armas dos Figueiredos e dos Sarmentos.
ZEDES – Escudo nº 162, pág. 787. No 2.º quartel, cinco cadernas de crescentes em vez de cinco vieiras que lá apontámos; no 3.°, em branco, as armas dos Mesquitas e no 4.°, as dos Costas, em vez das garatujas que lá estão.

Memórias Arqueológico-Históricas do Distrito de Bragança

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