quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

AS LENDAS DA MANDIOCA

Por: Antônio Carlos Affonso dos Santos – ACAS
São Paulo (Brasil)
(colaborador do Memórias...e outras coisas)
MANDIOCA, ALIMENTO UNIVERSAL
Origem
A mandioca era cultivada por várias nações indígenas da América Latina, que consumiam  suas raízes. Hoje em dia, tem sido exportada para outros pontos do planeta, principalmente para a África, onde constitui, em muitos casos, a base da dieta alimentar. No Brasil, o hábito  de cultivo e consumo da raiz continua.  Ela aqui no Brasil também adquiriu outros nomes,  devido aos regionalismos, sotaques e povos que a cultivavam. Era cultivada e ainda o é, de  norte a sul e de oeste a leste. No entanto. O que me levou a escrever sobre a Mandioca  foram as Lendas, cujo evento e desfecho muda de uma região para outra região do Brasil.

Definição:
Mandioca: planta arbustiva da família das euforbiáceas, originária do Brasil (atualmente muito  cultivada na África), cuja raiz é comestível e da qual se faz a farinha-de-pau e a tapioca,  dentre outras iguarias. A mandioca é uma raiz amidosa e muito volumosa, usada para fazer  um tipo especial tipo de farinha. A farinha da mandioca faz parte da comida diária dos nativos  da Amazônia, e é usada só ou acompanhada de arroz, batata, milho, ou ainda como acompanhamento para peixe, carne ou feijão. Esta raiz possui um forte veneno, o cianide,  que precisa ser eliminado durante a preparação da farinha. Isto é feito durante o cozimento  ou fermentação da raiz. A massa obtida é tostada; daí, ela está pronta para armazenagem e consumo.

Variedades:
Existem diversas variedades da planta, que se dividem em mandioca-doce e mandioca brava (ou mandioca-amarga), de acordo com a presença de ácido cianídrico (que é venenoso se não for destruído pelo calor do cozimento ou do sol). Algumas regiões usam o nome aipim ou macaxeira para designar a mandioca-doce. As variações não se restringem apenas à quantidade de ácido cianídrico. Variam também as cores das partes de folhas, caules e raiz, bem como sua forma. No interior de São Paulo, de Minas Gerais e Goiás, a mais consumida e apreciada é a mandioca chamada de "vassourinha".

História Remissiva:
Velha conhecida dos índios brasucas, já antes da chegada dos colonizadores portugueses, a mandioca agradou também o paladar estrangeiro e hoje é ingrediente dos melhores pratos da culinária brasileira. Vale também lembrar que a mandioca também faz parte de algumas celebrações religiosas, tais como da umbanda, onde aparece como “pertence da ebó”; oferecida às divindades. Quando os portugueses chegaram por aqui, descobriram vários produtos para enriquecer os cofres da Corte: ouro, madeira de pau-brasil e terras a perder de vista garantiram tempos de vacas gordas aos colonizadores. Na gastronomia, o lucro também foi grande. Receitas europeias ganharam novos sabores e combinações deliciosas com a adição de ingredientes típicos do Brasil. Talvez os próprios portugueses não se apercebam disso nos dias atuais. m desses pratos já era bastante conhecido pelos índios quando caiu no prato dos estrangeiros. Tal qual um tesouro de pirata, a mandioca foi desenterrada das plantações aborígenes e entregue às cozinheiras lusas e suas escravas. De lá pra cá ganhou fama e hoje é utilizada do Oiapoque ao Chuí, para fazer pão de queijo, tapioca, bolos, “escondidinhos” e outras suculências oriundas desse intercâmbio de culturas. A versatilidade já começa no nome, que muda de acordo com o lugar. De origem amazônica, era chamada pelos índios de manioca (vide as lendas no caput desse artigo). Hoje é conhecida nas regiões Norte e Nordeste como aipim, mandioca ou macaxeira. No Sudeste e Sul, é chamada por mandioca; embora tenha a alcunha de aipim. E dependendo do estado ou cidade, responde ainda por candinga, castelinha, macamba, mandioca-brava ou doce, pão-de-pobre, xagala e outros. Excelente fonte de carboidrato, a mandioca é um tubérculo bastante democrático. A começar pelo fácil cultivo, que assegura produção em todos os estados brasileiros. À época da colonização, alimentava nativos e missionários, escravos, senhores e tropeiros. Dela saem a farinha - usada para engrossar angus e caldos e no preparo de farofas, pirão, paçoca doce e salgada e frituras - e a fécula (polvilho ou goma seca), que garante pães de queijo e tapiocas (o beiju dos índios), além de biscoitos, bolos, pães e outros quitutes, como doces , compotas e etc.. Afora o uso da mandioca para uso culinário, hoje em dia, pleno século XXI, também é usado (em forma de talco de polvilho) para conservação de fios na indústria têxtil; para ajudar a conservar e dar maleabilidade no preparo de frios embutidos (salames, mortadelas, linguiças, paios, codeguins, salsichas e outras carnes e preparos frigoríficos). Também é utilizado para diminuir atrito entre mancais de perfuradores e bombas de petróleo, que trabalham ininterruptamente, como se lubrificante fosse!

LENDAS DA MANDIOCA
- Em domínio público, Câmara Cascudo registrou algumas lendas:

1ª Lenda da Mandioca (por Câmara Cascudo):
“... Entre os parecis, povo indígena de Mato Grosso, a história é a seguinte:
“ Zatiamare e sua esposa Kôkôtêrô tiveram um par de filhos - o menino
Zôkôôiê e uma menina, Atiolô - que era desprezada pelo pai, que a ela nunca falava senão por assobios. Amargurada pelo desprezo paterno, a menina pediu à mãe que a enterrasse viva; esta resistiu ao estranho apelo, mas ao fim de certo tempo, atendeu-a: a menina foi enterrada no cerrado, onde o calor a desagradou, e depois no campo, também lugar que a incomodara. Finalmente, foi enterrada na mata onde foi do seu agrado; recomendou à mãe para que não olhasse quando desse um grito, o que ocorreu após algum tempo. A mãe acorreu ao lugar, onde encontrou um belo e alto arbusto que ficou rasteiro quando ela se aproximou; a índia Kôkôtêrô, porém, cuidou da planta que mais tarde colheu do solo, descobrindo que era a mandioca”.

2ª Lenda da Mandioca (por Câmara Cascudo)
“...Entre os bacairis a lenda conta de um veado que salvara o bagadu (peixe da família 
Practocephalus), que para recompensá-lo deu-lhe mudas da mandioca que tinha ocultas 
sob o leito do rio. O veado conservou a planta para alimentação de sua família, mas Kari, 
o herói dos bacairis, conseguiu pegar do animal a semente que distribuiu entre todas as 
mulheres da tribo”.

3ª Lenda da Mandioca (por Câmara Cascudo)
"...Em tempos idos, apareceu grávida a filha dum chefe selvagem, que residia nas imedia-
ções do lugar em que está hoje a cidade Santarém. O chefe quis punir no autor da desonra 
de sua filha a ofensa que sofrera seu orgulho e, para saber quem ele era, empregou debalde  rogos, ameaças e por fim castigos severos. Tanto diante dos rogos como diante dos castigos  a moça permaneceu inflexível, dizendo que nunca tinha tido relação com homem algum. O  chefe tinha deliberado matá-la, quando lhe apareceu em sonho um homem branco que lhe  disse que não matasse a moça, porque ela efetivamente era inocente e não tinha tido relação  com homem. Passados os nove meses, ela deu à luz uma menina lindíssima e branca, causando este último fato a surpresa não só da tribo como das nações vizinhas, que vieram  visitar a criança, para ver aquela nova e desconhecida raça. A criança, que teve o nome de  Mani e que andava e falava precocemente, morreu ao cabo de um ano, sem ter adoecido e  sem dar mostras de dor. Foi ela enterrada dentro da própria casa, descobrindo-se e  regando-se diariamente a sepultura, segundo o costume do povo. Ao cabo de algum tempo,  brotou da cova uma planta que, por ser inteiramente desconhecida, deixaram de arrancar. 
Cresceu, floresceu e deu frutos e formou raízes imensas. Os pássaros que comeram os  frutos e suas raízes, se embriagaram. Este fenômeno, desconhecido dos índios,aumen-
tou-lhes a superstição pela planta. A terra afinal fendeu-se, cavaram-na e presumiram re-conhecer na raiz do (tubérculo) que encontraram, o corpo de Mani!
- Comeram-no e assim aprenderam a usar a mandioca como alimento".

Quanto à Utilização
No Brasil, a raiz tuberosa da mandioca é consumida na forma de farinhas, da qual se faz a farinha de mandioca e tapioca ou, em pedaços cozidos ou fritos. Está presente também no preparo de receitas típicas da Amazônia como o tacacá, o molho tucupi e com suas folhas cozidas prepara-se a maniçoba. Dela também são feitas bebidas. Como o cauim (indígena) feito através de fermentação. Por meio de um processo de destilação é produzida uma cachaça ou aguardente de mandioca; a tiquira. Possui elevado teor alcoólico. A tiquira é comum no Estado do Maranhão, mas é pouco conhecida no restante do Brasil.
Durante a implantação do Proálcool, a mandioca foi estudada como possível alternativa de matéria prima para a produção de etanol (que iria abastecer os automóveis brasileiros) e misturado à gasolina, visando economia de importações.
Dela também se faz outra farinha; o polvilho (fécula de mandioca), doce ou azedo, que serve para a preparação de diversas comidas típicas como, o pão de queijo. Apesar de frequente em países da África e da Ásia, para onde foi levada pelos colonizadores ibéricos, o hábito de utilizar as folhas da planta para alimentação, no Brasil, só ocorre na região Norte, especialmente no Pará.
Na África é comum consumir-se, além da raiz, também as folhas jovens, em forma de "esparregado". Em Moçambique, estas são piladas (moídas no pilão), juntamente com alho e a própria farinha seca da raiz e depois cozidas normalmente com um marisco (caranguejo ou camarão); esta comida se chama "matapa" e é uma das mais populares da culinária moçambicana. Em Angola este esparregado é conhecido como "kissaca". A farinha de mandioca comumente é preparada a partir da mandioca-brava, porém pode ser feita de qualquer uma das mandiocas. Para se extrair a "manipuera" (N.A.1) é necessário o uso do tipiti ou outro tipo de prensa e dela retira-se a caiarema ou carimã, no linguajar popular => polvilho!
Em alguns locais do Brasil o termo mandioca é utilizado tanto para a Mandioca utilíssima (macaxeira ou aipim ou ainda mandioca doce) quanto para a Mandioca esculenta (mandioca brava ou mandioca amarga). A primeira contém menos cianeto que a segunda e, portanto, pode ser utilizada como alimento sem o necessário preparo de retirada do cianeto, como em alguns locais do Brasil. Quanto à farinha de mandioca, ela pode se apresentar nas formas de flocos, grossa e fina, ainda pode ser crua ou torrada. É muitíssimo utilizada para fazer pirões (de peixe, frango, carnes, camarões). Outro rato também bastante popular no Brasil à base de mandioca é a comida chamada de “Boi (ou vaca) atolado (a)”, e consiste de um refogado de carne bovina, com ou sem osso, a qual é feita com muitos temperos e cozido por horas, quase a se desmanchar. Adicionam-se então pedaços (cubos) de mandioca. Fica uma delícia. A Mandioca utilíssima é mais utilizada cozida e frita. As folhas da Mandioca esculenta são utilizadas para fazer maniçoba, observando-se os cuidados acima descritos.

4ª Lenda da Mandioca
"...Nasceu uma indiazinha linda e a mãe e o pai, tupis, espantaram-se:
- Como é branquinha esta criança!
Chamaram-na de Mani. Comia pouco e pouco bebia.
Mani parecia esconder um mistério. Uma bela manhã, Mani não se levantou da rede.
O Pajé deu ervas e bebidas à menina. Mani sorria, muito doente, mas sem dores. E sorrindo Mani morreu.
Os pais enterraram-na dentro da própria oca e regaram a sua cova com água, como era costume dos índios tupis, mas também com muitas lágrimas de saudade.
Um dia, perceberam que do túmulo de Mani rompia uma plantinha verde e viçosa. A plantinha desconhecida crescia depressa.
Poucas luas se passaram e ela estava alta, com um caule forte que até fazia a terra rachar ao redor.
- Vamos cavar? - comentou a mãe de Mani.
Cavaram um pouco e, à flor da terra, viram umas raízes grossas e morenas, quase da cor dos curumins, nome que dão aos indiozinhos. Mas, sob a casquinha marrom, lá estava a polpa branquinha, da mesma cor de Mani.
- Vamos chamá-la de Mani-oca. - resolveram os índios.
Transformaram a planta em alimento.
- E até hoje entre os índios do norte e do centro do Brasil, este é um alimento muito importante".

Tipos
Cozida, a mandioca rende salgadinhos, purês, tortas e recheios; frita, é um petisco sensacional. Na região Norte, a massa ralada de mandioca é prensada para retirar a manipuera (ou tucupi), líquido bastante utilizado na culinária local (a exemplo do pato no tucupi, prato típico do Pará). A manipuera quando fermentada dá origem à tiquira, um destilado alcoólico semelhante à cachaça e muito popular no Maranhão, como já descrito acima. Já as folhas, chamadas de maniva, são cozidas por vários dias e substitui o feijão na maniçoba, um tipo de feijoada paraense. Não por acaso Câmara Cascudo chamou-a de “rainha do Brasil”, em seu precioso livro “A História da Alimentação no Brasil”.
As variedades de mandioca se dividem entre os tipos “doce e brava”. Essa última, chamada de mandioca amarga, contém elevado teor de ácido cianídrico, substância tóxica cuja presença só pode ser detectada em laboratório (já que os dois tipos têm o mesmo aspecto). Por isso, ao contrário de colegas tubérculos como cenoura e beterraba, a mandioca não pode ser consumida crua. Apenas o calor é capaz de eliminar o ácido (já se perguntou por que não existe suco de mandioca?).
No Nordeste do Brasil, esse tubérculo ocupa lugar de destaque na alimentação, especialmente de populações com menos recursos financeiros - pois a farinha de mandioca é item preço relativamente barato. Isso não quer dizer que a mandioca não brilhe no circuito dos restaurantes, seja de cozinha regional, de carnes, pâtisserie e padarias, além de outras especialidades.

Quitutes
Há inúmeras opções para degustar uma boa macaxeira. Há desde o prato com a carne de sol completa, que vem com paçoca, macaxeira frita e baião de dois, até a torta de macaxeira com recheio de carne de sol. Outro destaque do cardápio é o escondidinho, que leva purê de macaxeira, carne de sol desfiada e arroz branco. Se a fome não for muita, vá de bolinha de macaxeira com recheio de carne de sol. Na seara dos salgadinhos e doces, a oferta também é grande. O bolo de macaxeira, a coxinha feita com massa de macaxeira e recheada com carne de sol. Se quisermos comê-la apenas cozida com pouco ou nenhum sal para depois cobri-la de manteiga com sal ou requeijão; a mandioca realmente pode ser base de massas diferenciadas, mais leves, nutritivas e bastante saborosas. Dá pra fazer bolinhos, empadas, tortas e outros pratos - a imaginação é o limite.

Conheça os Nomes com que a Mandioca é conhecida nas Regiões Brasileiras:
Norte e Nordeste: Mandioca, macaxeira.
Sul Sudeste: Aipim, mandioca.
Outras localidades: Candinga, Castelinha, Macamba, Mandioca-doce, Mandioca-brava, Pão-de-pobre, Xagala e outros. 
As folhas da mandioca: Maniva (norte do Brasil).
Amido da mandioca: polvilho, fécula ou goma seca (sudeste/centro-oeste).
Tiquira: Aguardente de mandioca (centro-oeste e parte do nordeste).
Manipuera: Líquido residual da prensa da mandioca (norte/sul).

6ª Lenda da Mandioca
“...Lá no fundo dos rincões da selva amazônica, uma linda índia, filha do Tuxaua (*), 
deu a luz a uma linda menina, a quem deram nome de Mani. Só havia um problema: 
os pais da criança eram índios, morenos, no entanto a criança nascera branca; branca como leite! O chefe da tribo e avô da menina recém-nascida pensou em matar a netinha. Porém, um moço branco apareceu para ele em sonho e afirmou que a mãe da criança não era a culpada. A criança, mal acabara de nascer e já começou a andar e a falar!
Mas, ela não viveu muito tempo. Antes de completar um ano, morreu; sem nunca 
haver adoecido! O Tuxaua mandou enterrá-la na própria aldeia. A mãe da menina, 
todos os dias regava a sepultura da filhinha. Um belo dia nasceu uma planta na sepultura, que deu flores e frutos. E os pássaros que os comiam, ficavam embriagados. Passado algum tempo, a terra abriu-se ao pé da planta e apareceram partes de suas raízes. Os índios escavaram a terra e as colheram; elas eram brancas. Brancas como 
o corpo de Mani!
Às raízes, os índios deram o nome de Manioca (casa ou corpo de Mani em Tupi).
- E à planta, deram o nome de maniva”.


Cupcake de Bom Bocado de Mandioca
Da Entrada ao Prato Principal
Pergunte a um cearense o que são aquelas raízes marrons na feira e ele pode até responder mandioca. Mas, indague sobre aquela porção de filetes dourados na mesa do bar e ele terá na ponta da língua: “macaxeira frita”. Seja qual for o nome, entre bolinhos, tortas, purês e outras receitas, essa forma de preparo do tubérculo se destaca, especialmente ao lado daquela cerveja geladíssima. Sem dúvida, a macaxeira frita é um dos melhores petiscos do qual se tem notícia. Crocante por fora, macia por dentro, salgadinha, mas com um leve sabor adocicado do próprio legume, agrada a crianças e adultos. É ainda uma ótima opção para variar o cardápio, pois substitui com louvor, a batata frita de sempre, além de ser relativamente mais nutritiva.
Em Fortaleza (CE), a macaxeira frita é obrigatória em qualquer estabelecimento, do boteco da esquina, passando pelas barracas de praia às churrascarias mais sofisticadas. Seja na entrada ou como acompanhamento dos pratos principais, ninguém resiste a elas. Sua amiga mais próxima é a carne de sol, com quem faz par frequentemente. Pode ainda vir em porção com um molho rosê ou salpicada de queijo por cima.
Só não vale vir murcha, dura ou insossa. Uma dica para conseguir frituras sempre crocantes é colocar uma colher (de café) de álcool etílico (de cereais, utilizado para fazer bebidas alcoólicas) no óleo ou azeite ainda frio – é importante não estar aquecido, sob o risco de começar um incêndio na cozinha. Aqueça vagarosamente e frite o alimento. Para fazer a macaxeira, deve-se primeiro cozinhar a raiz, depois cortá-la em fatias compridas e fritá-las em uma frigideira funda – semelhante à batata frita. Para os mais preguiçosos ou apressados, há a opção de comprar o legume congelado e já fatiado, pronto para ir ao fogão.

7ª Lenda da Mandioca:
(Página integrante da seção de Lendas do site de Rosa Clement)
"...Em épocas remotas, a filha de um poderoso tuxaua foi expulsa de sua tribo e foi viver em uma velha cabana distante por ter engravidado misteriosamente. Parentes longínquos iam levar-lhe comida para seu sustento e assim a índia viveu até dar a luz a um lindo menino, muito branco o qual chamou de Mani. A notícia do nascimento se espalhou por todas as aldeias e fez o grande chefe tuxaua esquecer as dores e rancores e cruzar os rios para ver sua filha. O novo avô se rendeu aos encantos da linda criança a qual se tornou muito amada por todos. No entanto, ao completar três anos, Mani morreu de forma também misteriosa, sem nunca ter adoecido. A mãe ficou desolada e enterrou o filho perto da cabana onde vivia e sobre ele derramou seu pranto por horas. Mesmo com os olhos cansados e cheios de lágrimas ela viu brotar de lá uma planta que cresceu rápida e fresca. Todos vieram ver a planta miraculosa que mostrava raízes grossas e brancas em forma de chifre, e todos queriam prová-la em honra daquela criança que tanto amavam. Desde então, a mandioca passou a ser um excelente alimento para os índios e se tornou um importante alimento em toda a região”.

ARTIGOS COMPLEMENTARES
- Fibras reduzem o volume de calorias consumidas porque nos faz sentir saciados mais rapidamente. Elas também regulam os movimentos intestinais e do aparelho excretor – o falta do consumo de fibras pode levar a constipação intestinal. Estudos mostram que a maioria dos adultos não consome a quantidade de fibras necessária. Em cada copo de mandioca há 3,7 gramas de fibras, cerca de quatorze por cento do valor diário recomendado pelos nutricionistas. As fibras são responsáveis por muitos dos benefícios da mandioca.
Propriedades Nutricionais da Mandioca e Benefícios à Saúde
Veremos agora que propriedades da mandioca de destacam para saúde e boa forma:
- Rica em potássio
- Rica em fibras
- Fonte de vitamina C
- Rica em folato (vitaminas B e B12)
- Ação anti-inflamatória contra a artrite
- Ação antioxidante
- Fonte saudável de carboidratos para diabéticos
- Protege a pele contra os raios ultravioletas do sol
- Altamente energética
- Ideal para dietas sem glúten
- Atua na construção de massa óssea e novos tecidos.
- Benéfica para o coração
- Ajuda a perder peso
- Saudável para as grávidas

Algumas Maneiras diferentes para Consumir Mandioca
Mandioca assada no forno
1- Assada no forno
A mandioca frita é um dos aperitivos mais admirados pelos brasileiros. Para uma versão mais saudável do aperitivo, a mandioca deve ser assada. O preparo é muito fácil: Descasque a mandioca, corte em pedaços médios e cozinhe com bastante água até que esteja macia. Espere esfriar, remova as fibras centrais e corte no formato de batatas para fritar. Coloque em uma assadeira untada e polvilhe um pouco de sal e temperos ao seu gosto. Adicione um pouco de manteiga ou azeite, cubra com papel alumínio e leve ao forno por 20 minutos. Retire do forno, remova o papel alumínio e asse por mais 15 minutos ou até que esteja crocante.

2 – Como purê
Faça purê de mandioca da mesma forma que faria de batata, inclusive adicionando leite ou creme de leite. Você vai perceber que a consistência é um pouco diferente, mas o sabor e o valor nutricional compensam. Tempere com um toque de limão e/ou 
nós moscada, para dar mais sabor.


Bolinho de Mandioca com Camarão
3 – Assada na grelha
Tempere alguns pedaços de mandioca cozida com azeite, sal e pimenta a gosto e coloque na grelha por alguns minutos de cada lado. Acrescente queijo parmesão ralado por sobre as mandiocas e as sirva acompanhada de vinho branco ou cerveja clara. (vide foto no item 1, acima).
4 – Salada com maionese
Corte a mandioca cozida em cubos pequenos e tempere com a maionese da sua preferência, sal, azeite e limão. Leve a geladeira antes de servir.
Alguns Usos da Mandioca em Alguns Países do Mundo
– O amido de mandioca é usado no preparo de sagu – ou “pérolas brancas”, usado em pratos populares na Índia, no Paquistão e no Siri Lanka.
– A farinha de mandioca é usada para fazer pães, bolos e bolachas nas ilhas do Caribe.
– Na Nigéria e em Gana a farinha de mandioca é usada junto com inhame para fazer uma espécie de polenta para ser servida como acompanhamento de carne ensopada.

BIBLIOGRAFIA
- VER AQUI.
- Além dos conceitos e opiniões do autor, este texto foi elaborado com a compilação de trechos de textos dos seguintes escritores, jornalistas e pesquisadores: Câmara Cascudo (~60%), Rosa Clement, Patrícia Araújo, Adriane Pimentel, Marília Camelo, Francisco Sousa, Melquíades Jr. e  NESTE  mais NESTE site.
- Alunos da 2ª Série da Tia Raquel (material colhido na internet, randomicamente).
- (in Meireles ADRIANA MARTINS-Repórter cearense).
- Lendas dos Índios do Brasil, de Herbert Baldus (1946).
- Antologia de Lendas dos Índios Brasileiros, de Alberto da Costa e Silva (1956).
- P.S.: Câmara Cascudo acrescenta que o nome mandioca advém de Mani + oca, significando “casa de Mani”.
- Além dos nomes acima informados, fizeram parte de minha pesquisa material próprio 
e de Christiane Araújo Angelotti, da qual pesquisei material e fiz contato em 2011. Ela autorizou-me a fazer uso do material e mencionar seu nome.
(N.A.1) Significado de Manipuera (by Câmara Cascudo): Mani = o nome da menina; puera (güera) = tem o significado de ruim (a parte ruim da mani), o que já foi => velho!
- (N.A.2) Estou convicto de que as Lendas da Mandioca são, de fato, oriundas de um mesmo evento místico, como podem ser comprovadas comparando-se as sete lendas aqui descritas. A novidade, ao menos para este autor, é o fato de que a lenda tem uma versão para cada região do Brasil, onde a população indígena era maioria nos idos do descobrimento e colonização. Procurei; e ainda não encontrei a versão do sudeste, de onde sou originário. Quem a conhecer, dentre meus leitores contumazes ou eventuais, favor enviar a versão para este autor. Portanto, este artigo ainda está aberto. Contribuam!
- Câmara Cascudo nos lembra de que as Lendas da Mandioca existem há muito tempo. Ele afirmou que a lenda de Mani foi registrada em 1876, por Couto de Magalhães.
Texto criado pelo ACAS em 2011

Antônio Carlos Affonso dos Santos – ACAS. É natural de Cravinhos-SP. É Físico, poeta e contista. Tem textos publicados em 8 livros, sendo 4 “solos e entre eles, o Pequeno Dicionário de Caipirês e o livro infantil “A Sementinha” além de quatro outros publicados em antologias junto a outros escritores.

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