quarta-feira, 14 de março de 2018

LAMAS DE ORELHÃO - Freguesias do Concelho de Mirandela

LAMAS DE ORELHÃO é uma típica aldeia e também freguesia do concelho de Mirandela, donde dista cerca de 12 km. Situa se nas fraldas da Serra de Santa Comba, junto da estrada nacional que liga Mirandela ao Porto e logo a seguir à aldeia de Passos. É uma terra com tradições medievais, pois foi vila e sede de concelho com foral dado por D. Afonso III em 13 7 1259, e mais tarde outro dado por D. Manuel em 15 7 1515.
Pertenciam ao seu termo os seguintes lugares: "Gulfeyras, Eyvados, Eixos, Sucais, Fonte de Anes, São Pedro, Marniellos,Valuerde, São Silvestre, Cobro, Carapano, Avidagos, Rego de Vide, Carvalhal, Boral, Pereyra, Villa Boa, Franco, Passos, Bom Regalo e Ribeirinha". Nas Inquirições de 1258 vem escrita da seguinte maneira: Lamas de Oreliam. Foi sua donatária a Casa do Infantado, embora a antiga freguesia fosse uma Vigararia da apresentação do Mosteiro de Santa Clara de Vila do Conde. O orago é Santa Cruz.
Dados curiosos relativos à vida sócio económica do século XVIII, são os seguintes: tinha a vila e o concelho 1387 homens, 1441 mulheres, 3 barbeiros, 44 eclesiásticos seculares, 2 pessoas literárias, 114 sem ocupação, 2 cirurgiões, 242 lavradores, 238 jornaleiros, 2 alfaiates, 19 sapateiros, 27 carpinteiros, 9 pedreiros, 2 ferreiros, 4 ferradores, 28 pastores, 75 criados e 79 criadas. O concelho é extinto em 31 12 1853, passando para o de Mirandela.
Da antiga nobreza e importância tudo se foi esvanecendo com o tempo, pouco restando actualmente. Mesmo assim, lá está o Pelourinho em granito e de escadório octogonal de 4 degraus; o Lugar da Forca (por cima da Capela da Sr.ª do Amparo); a Cadeia e o Tribunal em ruínas mas ainda com decorações esculpidas na pedra frontal da porta e da janela; alguns brasões em casas apalaçadas completam os vestígios da sua importância de outrora. Em 1960 tinha 1 lagar de azeite, 1 aluguer de camioneta de passageiros, 4 fábricas de xailes, cobertores e mantas de lã, 1 hospedaria, 8 lavradores/agricultores como bons produtores, 1 apicultor, 2 mercearias e 3 talhos. Em 2001 foram recenseados 466 residentes, sendo 233 do sexo masculino e outros tantos do feminino. Mas em 1991 tinha 594 pessoas, das quais 299 eram do sexo masculino e 295 do feminino.
Em 1950 tinha 798 habitantes. A actividade principal é a agricultura com alguma pecuária, onde a mecanização é notória, com bons terrenos de vales e encostas para a oliveira, a figueira, a amendoeira, sobreiro, mas também hortaliças, batatas, avelãs, ou para a criação de ovelhas e cabras. Tem uma britadeira de pedra na serra, 1 fábrica de blocos junto à estrada, lagar de azeite, serralharias, carpintaria, bombas de combustíveis e estação de serviço na IP4, os tempos de lazer juntam se no Largo do Adro onde se situa a Igreja Matriz, o Coreto, o Pelourinho, uma Casa Senhorial com Brasão e a casa do Povo. É ali que conversam, jogam ao pino ou convivem doutras formas, um verdadeiro centro cívico de Lamas. Têm Escola Primária e Pré primária, Lavadouro, e o Muro ou Praça Murada onde se situa o cemitério. De registar que, na estrada nacional, surgem algumas tendas de venda de produtos regionais, donde sobressai o mel, o queijo, o presunto e os enchidos. Aliás, é nesse sentido da estrada que se situa o crescimento de Lamas de Orelhão e o Campo de Futebol.
Fonte da Urze é uma pequena povoação anexa, completamente ruralizada, onde as construções pouco abundam e já fica para os lados do Cobro (a sul da freguesia). Com poucas habitações, vê se que a agricultura e a pecuária dominam o meio. Com muita natureza à volta, e as terras planálticas boas para cereais por perto, mantém se o aglomerado de casas que é apenas prolongado para a via alcatroada por meia dúzia de habitações mais modernas.

In III volume do Dicionário dos mais ilustres Trasmontanos e Alto Durienses, coordenado por Barroso da Fonte.

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