segunda-feira, 16 de abril de 2018

Especialistas e produtores de azeite defendem criação de marca da região que inclua vários produtos de qualidade do território

Especialistas e produtores de azeite da região acreditam ser necessário apostar na promoção conjunta do território e com outros produtos debaixo de uma marca da região. Foi esta uma das ideias defendidas na mais recente sessão das Tertúlias Azeitadas - A outra face do olival, que integram o Festival do Azeite Novo em Mirandela.
Para Francisco Pavão, produtor de azeite e presidente da Associação dos Produtores em Protecção Integrada de Trás-os-Montes e Alto Douro (APPITAD), essa seria uma forma de criar sinergias e levar os produtos da região mais longe.

“Falou-se aqui da criação de um conceito de região de Trás-os-Montes produtora de produtos de qualidade, que englobasse sob a mesma marca vários produtos da região, como o queijo, o vinho, o azeite, o mel, o fumeiro e fossem comercializados como um todo, porque unido sinergias entre os diferentes produtos agro-alimentares conseguimos aumentar a nossa escala e ir mais longe”, afirmou.

Segundo Francisco Pavão, a região não conseguirá competir com o Alentejo na quantidade de produção de azeite mas entende que é preciso apostar no regadio para fazer face a dificuldades acrescidas com as alterações climáticas. “Nunca conseguiremos aumentar muito mais a produção, porque a orografia e condições edafoclimáticas não o permitem, mas conseguimos mitigar os efeitos das alterações climáticas. Não estamos a defender a criação de um Alqueva, mas queremos vários “pequenos Alquevas”, que permitam aos agricultores que em anos de seca possam regar, usando a água de forma eficiente”, referiu.

Outra das participantes na tertúlia que teve lugar no Museu do Azeite e da Oliveira foi Maria Helena Chéu, directora do Piaget Alimentar, que destacou as potencialidades do azeite e referiu que há vários usos para este produto que podem ser explorados.

“A utilização do azeite na preparação de determinados cremes e champô, como na questão da estética, como a oleoterapia, porque o azeite tem características, que se reflectem no nosso organismo, a questão da hidratação pele, com a utilização do azeite nas massagens”, destacou, falando também das possibilidades da exploração do oleoturismo.

Fernanda Ferreira, que organiza as tertúlias “A outra face do olival”, considera que estas discussões têm contribuído para ouvir as opiniões de diferentes pessoas ligadas ao sector.

A próxima tertúlia A outra face do olival está marcada para o mês de Maio e vai ter como tema a ligação da religião e do azeite. 

Escrito por Brigantia
Olga Telo Cordeiro

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