quarta-feira, 23 de maio de 2018

VALEVERDE - Freguesias do Concelho de Mirandela

VALEVERDE é uma freguesia do concelho de Mirandela que se situa na margem direita do rio Tua, a 2 km deste, e a 17 km da cidade, para Sul Sudeste, e ainda a 2,5 km da estação ferroviária da Linha de Tua chamada Vilarinho das Azenhas. Há vários indicadores de que Vale Verde (conhecida também como Valverde da Gestosa) é já muito antiga. Na sua área encontravam se fortificações castrejas. 
Sendo anterior à nacionalidade pois terá ali existido um `Villar' originário do século XII e XIII. Já nesta altura se chamava Vale Verde e estava povoada com propriedades fidalgas. Está referenciada nas Inquirições de 1220. Fez parte do Concelho de Lamas de Orelhão até 31 12 1853, transferida de seguida para Mirandela. Esteve, em 1840, temporariamente, anexa a Marmelos que fica ali perto. Senhorialmente, depois do século XIII, foi do Mosteiro de Santa Clara de Vila do Conde. O Orago é N.' Sr.a da Expectação. Foi Vigararia da apresentação do Vigário de Lamas, antes de se tornar vigararia independente.
A povoação de Vale Verde fica à margem direita da estrada que vai de S. Pedro Vale do Conde para Vilarinho das Azenhas ou Barcel. Atravessa se o Ribeiro à volta do qual verdejam diversas hortas e alguns pastos para os animais, e depara se com 1 lagar de azeite. Depois as casas vão-se amontoando, com uma rua no meio, sinuosa, sempre a subir até ao cemitério, ou, um pouco antes até à Igreja. Está abrigada por várias serras, como a da Fonte Longa, a do Faro de Vilarinho, ou para nascente da Igreja, a do alto da Touca Rota. A nível de população encontramos 323 pessoas sendo 161 do sexo masculino e 162 do feminino, isto em 1950. No censo de 1991 eram 213 e em 2001 somavam 198, das quais 104 eram, do sexo masculino. A agricultura domina as ocupações locais, mas é uma actividade de subsistência, embora com um pouco de tudo. A pecuária ajuda os rendimentos, com 1 rebanho de cabras e 6 de ovelhas, e ainda uma exploração de vitelos. Há muitos fornos de cozer o pão, mas são particulares e a maioria não tradicionais. Dos artesãos doutros tempos, já quase nada resta, nem equipamentos, nem pessoas. Isto na opinião da D. Cesaltina de Jesus Rodrigues, 87 anos em 1995, uma tecedeira que ainda aprendeu o ofício nos tempos de juventude. Havia também duas azenhas, a da quinta e a da ponte.
O crescimento da povoação deu se certamente de cima para baixo. Ou seja, as casas mais recentes ficam para as proximidades do Ribeiro. A comprová lo, estão, no meio da povoação, um núcleo de cerca de uma dúzia de habitações rurais bem típicas, mais perto da Igreja que do Ribeiro. Todas elas têm xisto nas paredes, varandas em madeira e poucas aberturas. Telhado inclinado, escadas exteriores e patamares de acesso. É um museu vivo da zona histórica da aldeia. É no largo do Terreiro, precisamente entre essas habitações tradicionais e o Fundo do Povo, que se costumam reunir as pessoas para passarem os seus tempos de lazer e conviver.
E o nome das ruas é mesmo elucidativo: Rua do Cimo do Povo, ou a do Fundo do Povo, ou a do Meio do Povo. Porém, é a Igreja o monumento de maior destaque a nível local. Tem a data de 1794, embora fosse pintada em 1985. É simples, Torre sineira lateral esquerda, 2 pináculos laterais arredondados defronte, 2 para a retaguarda e dois na sacristia. Quer os pináculos, portões, janelas e cunhais, são em cantaria. A Quinta do Silvestre é uma anexa de Valverde.

In III volume do Dicionário dos mais ilustres Trasmontanos e Alto Durienses, coordenado por Barroso da Fonte.

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